Conversa telefônica mostra esquema entre Adeílson Bezerra e Denisson Tenório

A imprensa divulgou, nesta segunda-feira, gravações telefônicas que mostram a articulação entre o ex-secretário de Infra-Estrutura, Adeílson Bezerra, e o ex-secretário adjunto, Denisson Tenório.

Segundo a Polícia Federal, os integrantes do esquema de corrupção se articulavam para que o presidente do Senado, Renan Calheiros, pressionasse a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, a liberar recursos para a obra da barragem do rio Pratagy, em Alagoas, que teria sido fraudada pela quadrilha.

A expectativa era de que o projeto fosse incluído no PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. O que de fato ocorreu, com previsão de gastos no valor de R$ 120 milhões.

Escuta telefônica

Numa conversa no dia 30 de março, o então secretário e o subsecretário de Infra-estrutura de Alagoas, Adeílson Teixeira Bezerra e Denisson de Luna Tenório, falam da elaboração de um documento de forma irregular:

Adeílson: Eles têm que fazer um estudo preliminar agora, em 15 dias, do restante do litoral norte. É de Penedo a Maragogi.
Denisson: Rapaz, em 15 dias não faz não.
Adeílson: Foi esse o prazo que o Enéas ficou preso lá e a gente prometeu a Renan que ele faria.
Denisson: Sim, mas como é que você vai fazer uma coisa dessas sem topografia? É chute.
Adeílson: É mesmo chute. É só para ter. A idéia é ter um documento para só o Renan iniciar a conversa com a Dilma.

A assessoria do presidente do Senado diz que Renan Calheiros não fez nenhum tipo de pressão para atender a interesses da quadrilha e que todas as negociações de liberação de recursos para o estado foram feitas a pedido dos governadores.

Já a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, disse que nunca foi procurada pelo senador Renan Calheiros para liberar recursos para obras em Alagoas. Ela afirmou também que a obra do Pratagy estava incluída no Programa de Aceleração de Crescimentos desde janeiro.

Acusações

Adeílson Bezerra foi preso pela Polícia Federal, acusado de atuar na liberação da ordem de pagamento de mais de R$ 3 milhões, em favor da Gautama. Com isso, ele teria recebido R$ 145 mil de Zuleido Veras, proprietário da construtora.

Já Denisson Tenório é acusado de receber vantagens indevidas para emitir parecer favorável à aprovação de medições. Isto teria resultado no pagamento de R$ 2,5 milhões ao grupo. Em troca, ele teria recebido passagens aéreas para que pudesse defender os interesses da Gautama nos Ministérios da Integração Nacional e do Planejamento para destinação de obras no rio Pratagy.

Os dois foram detidos na Operação Navalha e liberados depois que foram ouvidos pela ministra do Superior Tribunal de Justiça, Eliana Calmon.

Atualizado às 16h45

Com informações do Jornal Hoje

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