Agentes de saúde correm risco de contaminação por dengue e leptospirose

Sionelly Leite/Alagoas24horasSionelly Leite/Alagoas24horas

Eles trabalham para tentar combater doenças como a dengue e a leptospirose, entre outras doenças que assolam os bairros de Maceió. No entanto, na sede onde trabalham – de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Maceió – os agentes de saúde do município são submetidos a riscos desnecessários – conforme eles mesmos denunciam. Entre estes riscos, estão os focos de dengue e leptospirose.

Conforme os agentes de saúde – que pedem para não serem identificados por temerem represálias – a sede da 5ª Região Administrativa de Maceió ameaça desabar. Parte do telhado já cedeu, provocando focos de água parada em diversos cômodos da casa. Ao todo são 16 cômodos, todos em condições precárias. Inclusive, a cozinha onde os agentes de saúde almoçam.

A água parada acaba virando foco de dengue e a sujeira e o mofo dentro da unidade se torna porta aberta para a leptospirose. De acordo com os agentes, já foram encontrados vários mosquitos transmissores da dengue (Aedes Egypt) dentro da sede da Região Administrativa. “Temos que sair para exterminar os focos de dengue na região no bairro, mas antes temos que fazer isto dentro da sede onde trabalhamos”, colocou um dos profissionais.

As paredes se encontram mofadas, a fiação está espalhada por toda casa e até o veneno usado no combate ao mosquito e aos ratos são armazenados de forma inadequada. Os agentes de saúde denunciam, ainda, que a situação já foi comunicada à Prefeitura de Maceió e à Secretaria Municipal de Saúde por diversas vezes. “Há mais de dois anos nos encontramos nesta situação. Eles nos dizem que não há como alugar uma outra residência porque a casa precisaria ter a documentação toda legalizada e ao mesmo tempo não iniciam uma reforma neste prédio”, colocou.

Um dos agentes comentou sobre a possível construção de uma sede ao lado da unidade do posto de saúde do Jacintinho, mas – conforme eles – ficou só nos planos. A 5ª Região Administrativa está localizada dentro da região de Piabas, no bairro do Jacintinho, uma das mais assoladas – de acordo com os profissionais – pela dengue, leptospirose, hanseníase e filariose, necessitando – portanto – de uma maior atenção por parte do poder municipal. O quê – de acordo com os denunciantes – anda faltando.

Além dos problemas de saúde, o prédio não oferece as mínimas condições de trabalho. Falta água, há infiltrações em todas as paredes, os vidros são todos quebrados e não há segurança para os agentes de saúde. De acordo com a coordenadora dos distritos de Saúde, Maria José Brandão, os agentes devem ser transferidos até quinta-feira, dia 23, para uma unidade provisória no bairro do Jacintinho: a José Araújo Silva.

No entanto, os agentes de saúde devem ir definitivamente para a Unidade João Paulo II, assim que a Prefeitura Municipal fizer a aquisição de equipamentos e móveis. Conforme Maria José Brandão, a demora se dá por conta da burocracia com a licitação para aquisição dos equipamentos. Maria José Brandão ressaltou, ainda, a tentativa da Prefeitura Municipal locar um outro imóvel, no mesmo bairro, para transferir os agentes de saúde.

Porém, o aluguel do imóvel depende da documentação – conforme a coordenadora – legal da propriedade. “No Jacintinho isto é muito complicado, então esbarramos nesta questão da legalidade da locação de um prédio. Para resolver o problema de forma provisória, vamos transferi-los para a unidade José Araújo e – em seguida – para a João Paulo II”.

Maria Brandão destacou a importância dos agentes de saúde estarem em um posto próximo ao local onde eles trabalham. “Há a questão da alimentação, do descanso e da proximidade do local de trabalho, que a Prefeitura procura manter”, salientou.

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