Em nota, Renan diz abrir mão de prazo de defesa

O presidente do Senado, Renan Calheiros, divulgou na tarde desta terça-feira (28) nota à imprensa em que informa abrir mão do prazo de defesa que teria para se explicar contra aos processos a que responde no Conselho de Ética da Casa. O objetivo, segundo o texto, é "dar maior celeridade ao julgamento". No documento, Renan voltou a se defender dos processos contra ele no Conselho de Ética da Casa.

Renan responde a três processos no Conselho de Ética do Senado. O primeiro investiga se ele usou um lobista para pagar contas pessoais; o outro, se ele usou o cargo para beneficiar uma cervejaria. O terceiro caso apura se o senador usou "laranjas" para comprar emissoras de rádio em Alagoas.

Reunidos no gabinete do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), os senadores Almeida Lima (PMDB-SE), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES), relatores do processo que investiga se Renan recebeu ajuda de um lobista, discutem sobre o documento a ser entregue ao Senado.

Se houver mais de um relatório, o presidente do conselho, conforme tem afirmado, disse que colocará todos os documentos em votação.

Integra da nota

"NOTA À IMPRENSA

Desde o início deste processo político movido contra mim, tenho me pautado pelo estrito cumprimento das normas regimentais e constitucionais. Apesar destes institutos preverem uma série de etapas e prazos que devem ser seguidos na defesa, jamais lancei mão de prerrogativas que poderiam delongar o processo, colocando-me sempre à disposição do Conselho de Ética da Casa e dos senadores.

Tenho, por isso, me antecipado a qualquer pedido proveniente da investigação. Abri mão dos meus sigilos fiscal e bancário e entreguei meus documentos, mesmo quando ainda não haviam sido pedidos.

Requeri ao Ministério Público que pedisse a abertura de investigação para chegar à verdade dos fatos.

Compareci espontaneamente ao Conselho, na última quinta-feira, diante dos relatores e de seu Presidente.

Deleguei ao Primeiro Vice-Presidente, senador Tião Viana, a competência de dirigir as reuniões da Mesa ou tomar qualquer decisão que diga respeito a ações movidas contra mim.

Não lancei mão do prazo de dez dias que tinha para, se fosse o caso, impugnar a perícia feita sobre as provas por mim apresentadas – todas, por sinal, certificadas como autênticas e verídicas.

Hoje, visando dar maior celeridade ao julgamento a que me submeto democraticamente, abri mão de outro prazo: o das alegações finais, conforme determina a resolução nº. 20.

Isso demonstra o que tenho dito: posso até ser vítima dos excessos da democracia, mas jamais me afastarei dela.

Senador Renan Calheiros"

Voto secreto

Nesta terça-feira, o presidente do Senado afirmou que uma eventual decisão do Conselho de Ética de utilizar voto aberto no julgamento do processo contra ele é "uma questão delicada".

Calheiros fez a afirmação em resposta a uma pergunta sobre a sessão que vai analisar, possivelmente nesta quinta-feira (30), o relatório sobre a representação em que o PSOL o acusa de pagar despesas pessoais com dinheiro do lobista de uma empreiteira.

"Essa questão é delicada. Já houve quem tivesse de renunciar por causa da abertura de voto", afirmou Calheiros, referindo-se à renúncia, em 2001, dos então senadores Antonio Carlos Magalhães e Luiz Estevão.

Fonte: G1

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