Agricultores do agreste sofrem com perda de terras

Cerca de cinco mil agricultores do Agreste alagoano estão sofrendo com a cobrança dos empréstimos adquiridos durante o período de seca no Estado. A maior parte deles está sendo vítima dos altos juros que elevaram as dívidas em até dez vezes. O resultado é a perda das terras que estão sendo penhoradas e leiloadas pelo Tesouro Nacional.

José dos Santos Ferreira é um dos agricultores prestes a perder suas terras. Ele conta que pegou um empréstimo de R$ 32 mil para garantir o sustento da família na época da estiagem e que hoje vive o pesadelo de perder suas terras por não poder pagar a dívida que está avaliada em R$ 96 mil.

Na manhã desta segunda-feira, uma comissão de agricultores veio a Maceió acompanhados da Associação dos Agricultores de Arapiraca, juntamente com o deputado federal Joaquim Beltrão (PMDB), para discutir com a Defensoria Pública do Estado alternativas para livrar os agricultores das dívidas.

Durante a audiência, o defensor público, Valtemberg Lima Sá, garantiu que irá trabalhar para reverter um recurso que tramita em Recife e, em paralelo, vai ajuizar embargos relacionados aos leilões.

“Os agricultores podem ficar mais tranqüilos porque faremos o possível para reverter o quadro atual. Nos próximos dias estaremos movendo uma ação civil pública e estudando a possibilidade de realizar uma defensoria itinerante, que possibilite o estudo dos casos individualmente para que sejam tomadas as medidas cabíveis”, disse o defensor.

Paralelo às ações judiciais, o deputado Joaquim Beltrão afirmou que também está formando uma comissão com seis deputados alagoanos, em Brasília, para pleitear a mudança na legislação no tocante à dívida do agricultor do Nordeste, que vive uma situação peculiar a dos agricultores das demais regiões brasileiras.

“Estes agricultores estão sofrendo. Muitos perdendo suas terras nos leilões, outros vendendo tudo para tentar pagar as dívidas, e tudo porque o Governo Federal não conhece a realidade do povo nordestino. A proposta da criação desta comissão é lutar para que haja uma legislação específica que permita ao agricultor pagar as dívidas de acordo com suas possibilidades e, no momento, estancar a execução dos leilões”, ressaltou Beltrão.

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