Tradução

Acordo duas horas da manhã com a ilusão de ter um cigarro nos dedos, depois de dois meses de ter parado de fumar! Como é incrível a mente do ser humano, o psicológico que nos leva a fazer as coisas sem sentir, a dormir e sonhar com o objeto de nosso desejo.

Levanto-me, vou fazer aquele velho cafezinho de coador de pano. Minha velha e companheira Pity, uma cadela mistura de cooker americana com pincher, que já está com três anos e ainda não achou ninguém compatível com seu tamanho (que herdou do pai) para cruzar e me dar netos, me acompanhando sempre.

Vou ao computador, e ainda não entendi porque cargas d’água aqui estou eu, em frente à esta tela, a escrever essas bobagens… Talvez por isso mesmo, desta idade em diante, depois dos entas, uns começam a escrever poesias, que na realidade são vontades obscuras e escritas com palavras que nem sempre muitos sabem traduzir, isso pra fugir um pouco da realidade, outros começam a escrever o que gostariam de ter sido, outros, como é o meu caso, o que realmente fui… E como fui…Danada, vivi tudo que tinha que viver, e mais um pouco, deixando meus pais de cabelos prateados, não mais brancos!

Como eu era bonita, faceira, sabia chamar a atenção, e era invejada por todas as moças do lugar, talvez invejado não seja a palavra correta… Admiração sim. Os rapazes faziam filas para ter apenas um oi, como vai… Mas meu amor, minha admiração, minha eterna paixão era apenas um. Sempre foi, mas não é agora que vamos falar nele… Talvez daqui a alguns anos, porque se é uma coisa que ele não merece é nossa atenção, não agora!

Hoje tenho meus entas e tantos…Mas vou te contar meu amigo, nada como reviver aqueles vinte e poucos anos, como dizia meu amigo Seixas. E olha e nem eram vinte ainda… Comecei a viver, e viver bem, cedo, muito cedo…Não como se diz hoje, “ta na vida” não…Aquela vida era simples e prazerosa…Era uma contravenção roubar uma rosa do jardim de alguém…Era uma capetice fugir aos domingos pra ir ao matiné dançante na AABB, como era maravilhoso mandar bilhetinhos no correio do amor da festa de Santa Maria Madalena…E como mudou essa festa!…

Antes era apenas diversão, namoricos, comilanças, uma brincadeira sem fim… Hoje se transformou em negócio, e negócio forte…Não se sabe de onde vem…E para minha saúde, seria bom ficar bem caladinha!

“Mas que tempo aquele” e como o tempo muda…Como as pessoas mudam…Aquelas que antes eram nossas melhores amigas, e que nem sonhávamos viver sem elas, hoje nem sequer se dignam a nos dar um telefonema…Nos encontramos, trocamos telefones, e nisso fica! Que maldade essa vida, ou será a maldade do ser humano? Ou será a maldade da vida que o ser humano faz?

Hoje nossos amigos, tão inseparáveis naquela época, são prefeitos, médicos, vereadores, deputados, juízes, que acham ter perdido a infância, que hoje brincam de adultos, sem, saber que adultos, magoam, machucam, às vezes sem querer, mas que adultos não sabem pedir perdão como na infância, não sabem esquecer e continuar a felicidade tão sem mágoa no coração. Eu amo todos os meus amigos, aqueles antigos que hoje são tão importantes…E os novos que ainda serão se Deus Quiser. E que Ele dê humildade a todos.

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