O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, ouviu há pouco o diretor de Relações Institucionais do Grupo Schincariol, José Domingues Francischinelli. Ele negou qualquer envolvimento do deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL) em suposto tráfico de influência relacionado à venda de uma fábrica de refrigerantes à cervejaria.
Reportagem da revista Veja acusa a Schincariol de comprar a fábrica de refrigerantes Conny, de Calheiros, por R$ 27 milhões, quase duas vezes acima do valor do mercado, estimado em R$ 10 milhões. Segundo as denúncias da revista, em troca da venda superfaturada, Calheiros teria atuado junto ao governo em favor da empresa.
Sem sigilo
O empresário afirmou que o sistema informatizado da Receita Federal não permite nenhum tipo de manobra nesse sentido. "A compra da Conny foi autorizada pelo Cade e não foi pedido sigilo da transação. Os dados da revista Veja estão errados", rebateu.
Ele ainda observou que a Schincariol comprou uma cervejaria em Iguaraçu, na mesma região da fábrica da Conny, por R$ 300 milhões. "A compra de uma fábrica de refrigerantes é mais barata do que uma de cerveja, que possui mais instalações", comentou.
Francischinelli assumiu que a empresa tem dívida ativa de R$ 18 milhões, relativos à divida trabalhista com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) da construtora que ergueu duas das fábricas da Schincariol. O diretor ainda informou que a cervejaria recolhe R$ 1,6 bilhão de tributos anualmente.