Secretário de Planejamento fala em ajuste fiscal e diz que Alagoas enfrenta “caos”

O secretário estadual de Planejamento, Sérgio Moreira destacou – em entrevista a imprensa, já na manhã de hoje – que o Estado de Alagoas vive uma “crise estrutural” e histórica “que não se resolve em nove meses”. De acordo com Moreira, a crise não foi inventada pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que vem trabalhando para reverter à situação.

Moreira destacou ainda que o Governo do Estado não está maltratando os servidores. “É uma inverdade. Nós demos o maior aumento do funcionalismo público dado este ano no Brasil. Não podemos chamar um governo deste de neoliberal. É ofender o neoliberalismo”, destacou o secretário de Planejamento.

Sérgio Moreira evitou responsabilizar a gestão anterior pelo atual “caos” em Alagoas, como ele mesmo define. “Não é responsabilidade deste governo, nem do anterior. Apesar de que as gestões que passaram possuem sua parcela de culpa. Nós chegamos ao fundo do poço. O Estado de Alagoas só arrecada ICMS e repassa para os poderes e municípios. Praticamente é isto. Fica impossível os investimentos”, ressaltou.

O secretário destacou ainda o compromisso do Governo do Estado com o ajuste fiscal proposto pela União para renegociar a dívida pública de Alagoas, que chega a R$ 6 bilhões. Moreira destacou que é um arrocho que precisa ser feito para não penalizar ainda mais o Estado. “Alagoas é o estado da federação que mais deve ao Governo Federal, proporcionalmente”, salientou Sério Moreira.

“Renovar a dívida é assinar o ajuste fiscal. A dívida sufoca Alagoas. Dos R$ 3 bilhões que arrecadamos anualmente, R$ 500 milhões é para pagar a dívida e já vai direto para o Governo Federal. R$ 400 milhões são repassados aos poderes. Cumprimos a Constituição que determina 25% para Educação e 12% para Saúde e repassamos mais R$ 400 milhões para os municípios. Acabou o dinheiro”, destacou Moreira, ressaltando ainda que 64% do arrecadado é para o funcionalismo público.

O secretário falou ainda da pressão exercida pelos movimentos grevistas e disse que “não há políticas salariais”. “O que há é a política da pressão. Quem tiver mais poder de pressão leva. Foi o que ocorreu com a Educação e com a Polícia Militar”, avaliou.

Infra-estrutura

Sérgio Moreira confirmou que deixa a pasta da Infra-estrutura “o quanto antes”. “Finalizando o processo e encerrando os trabalhos de auditoria técnica com as obras da Gautama, nós deixamos a pasta”, disse. Moreira – no entanto – não falou em nomes para ocupar o seu lugar.

O secretário ao falar da Infra-estrutura ressaltou as verbas conseguidas pelo PAC e disse a importância de evitar roubos e desvios. “Estamos trabalhando para deixar para o próximo secretário o melhor quadro possível”.

Moreira disse ainda que “só quem indica o nome do novo secretário é o próprio governador” e que não possuirá nenhuma influência na decisão.

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