Um velho enredo

Alvo da maior crise política a que já submeteram o Parlamento brasileiro, ganhei tempo, ultimamente, com minha licença à Presidência do Senado pelo período de 45 dias, para refletir. Tenho lido mais que o comum e descobri processos semelhantes na história brasileira, mesmo antes da República.

Longe de qualquer analogia e guardadas as devidas diferenças históricas e políticas, José Bonifácio de Andrada e Silva também foi vítima de grandes injustiças. Chegou a ser banido e se exilou na França por seis anos, em meio a um processo de radicalização e conflitos que marcaram ele e sua família.

Depois de atuar intensamente no processo de independência do país, durante os debates da Assembléia Constituinte, José Bonifácio rompeu com o imperador. Poucos anos antes, numa carta ao então Príncipe Regente recheada de ironias, ele conclamava D. Pedro a manter a resistência às pressões das elites brasileiras e de Portugal: “… Se V. A. Real estiver (o que não é crível) pelo deslumbrado e indecoroso decreto de 19 de Setembro, além de perder para o Mundo a dignidade de homem e de príncipe, tornando-se escravo de um pequeno número de desorganizadores, terá também que responder, perante o céu, do rio de sangue que decerto vai correr pelo Brasil”.

Felizmente, o Senado Federal vive momentos de pacificação. Embora, mesmo em meio à crise política que se iniciou no dia 25 de maio, tenhamos votamos mais de duzentas matérias, inclusive dezenas de medidas provisórias, o Plenário voltou à normalidade e debateu e aprovou várias propostas, na última semana. As semelhanças com os episódios daquela época remontam mais à gravidade das intrigas que, por definição nos dicionários da língua portuguesa, têm como sinônimos as palavras enredo, mexerico, bisbilhotice, maquinação, cilada – a grande maioria alimentada por setores da imprensa.

Todas as mentiras desta cooperativa da calúnia contra mim, até aqui, foram derrubadas pela força da verdade. Todas falsas imputações foram desmentidas com documentos que eu apresentei. Todas as acusações torpes foram desmascaradas. Fui falsamente acusado de ter me socorrido de terceiros para pagar contas pessoais. Ruiu a falsa acusação que não tinha uma prova. Nada.

A mesma mídia sustentou que utilizei notas frias para justificar receita. Isso foi repetido milhões de vezes. Mentira que foi desmoralizada quando a Polícia Federal atestou a autenticidade de meus documentos. Imputaram-me a venda de gado acima do mercado. Outra farsa que o laudo da PF desmontou.

Apontaram-me como sonegador por ter omitido um bem e ter supostamente utilizado laranjas. O imposto de renda que eu distribui aniquilou esta fraude. Disseram que eu tinha ligações com bicheiros. Não se mostrou uma prova da bizarra associação. Acusaram-me de corrigir o imposto de renda depois das denúncias. Invencionice desmentida pela Receita Federal. Estas são as denúncias que mais vezes foram repetidas.

Já fui julgado pelo Senado Federal quanto a mais rumorosa das acusações. Apesar da campanha inusitada e sem precedentes na história, fui absolvido pela maioria absoluta desta Casa. Melhor do que a absolvição é merecê-la.

Vou até o limite para defender minha honra, para provar a verdade, para dizer ao país, aos meus eleitores, aos meus amigos, à minha família, que sou um homem digno e continuo à altura do mandato que me foi conferido pelos alagoanos.

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