Casa do Pobre pede doações: carinho e material de limpeza são prioridades

Priscylla Régia / Alagoas 24 HorasPriscylla Régia / Alagoas 24 Horas

No rosto de cada um dos quase 80 idosos que vivem na Casa do Pobre, as rugas, ora escondem, ora revelam o que eles viveram até ali. Na instituição, que existe há 75 anos, no Vergel do Lago, encontramos idosos com histórias diversas. Há aqueles que, devido a alguma doença degenerativa, nem sabem onde estão; outros foram abandonados pela família e, há ainda, os que estão ali por vontade própria.

Seja como for, as onze irmãs que cuidam da instituição – que funciona em uma ampla casa, com dependências arejadas e cercadas por plantas, árvores frutíferas e flores – não economizam no carinho com os abrigados, que elas conhecem pelo nome e pela história de vida. Agora, elas pedem que a comunidade, através de doações, ajude a manter a estrutura do lugar.

“Devido ao número de pessoas atendidas, nosso consumo é alto. No momento, as doações mais necessárias são materiais de limpeza, como sabão em pó, detergente e água sanitária, fraldas geriátricas, remédios, roupas e gêneros alimentícios não-perecíveis. Só para dar uma idéia, gastamos mais de 60 quilos de açúcar por semana”, explicou a Irmã Irene.

Recursos

A Casa do Pobre é mantida com parte da aposentadoria dos abrigados, doações da comunidade e por meio de um convênio com a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), cujos recursos na ordem de pouco mais de R$ 5 mil mensais não foram repassados durante quase todo o ano.

As pessoas que quiserem doar podem ir diretamente à Casa do Pobre. Caso não possam ir, podem telefonar para o 3351-4097 que as irmãs mandam buscar a doação. Além das doações materiais, as irmãs frisam que a doação de “tempo” e “atenção” também são fundamentais.

“Tem gente que não tem ninguém, que chega aqui trazido pela polícia, porque foi encontrado perambulando pelas ruas. Temos idosos de mais de 90 anos, que estão aqui há duas décadas e nunca recebem visita”, conta a Irmã Ângela.

Histórias

Augusto Cristóvão dos Santos, 68, três filhos e seis netos, está no abrigo há dois anos. Ele conta que trabalhava como motorista quando começou a ter problemas de saúde, e ficou um ano interno em um hospital. “Depois que eu tive alta meu patrão quis alugar uma casa para mim, mas eu não quis viver só. Também tentei morar com meus filhos, mas não deu certo, por isso vim para cá”, conta o aposentado, acrescentando que tem planos de, em breve, voltar a trabalhar e dividir uma casa com a mulher que ele namora há seis anos.

Para Augusto, que é uma espécie de braço direito das irmãs, a maior necessidade da Casa do Pobre hoje é pelo menos mais um médico voluntário (a instituição só tem um), devido a grande quantidade de idosos acamados.

No final da visita, Irmã Tereza faz um convite a todos: “Quando estiver sem fazer nada, ou se lamentando, achando que sofre demais, venha nos visitar, fazer companhia aos nossos idosos. Você vai perceber que não sofre tanto assim”.

CONTATO
Casa do Pobre: 3351-4097

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