Mulheres dizem Não à violência

Danielle Silva/Alagoas24HorasTerezinha Ramires

Terezinha Ramires

Hoje é o dia em que mulheres de todas as cores, crenças e classes sociais se unem para dizer ‘Não’ à violência que a cada dia faz centenas de vítimas. Em Alagoas, o Dia internacional da não-violência contra a mulher foi comemorado com uma caminhada pela orla da Jatiúca e Ponta Verde, organizado pela Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, com a participação de associações de proteção a mulher e entidades parceiras.

A caminhada começou por volta das 10h, com saída do Posto Sete, na Jatiúca. Animados ao som de carros de som, mulheres de todas as idades carregaram faixas de protesto e espalharam animação durante o percurso que terminou no Alagoinhas. Na ocasião foram entregues folhetos com informações sobre a data e sobre a Lei Maria da Penha, criada para punir agressores de mulheres no Brasil.

Para a presidente do Conselho Estadual do Direito da Mulher, professora Aparecida a data é um momento de comemorar as conquistas e, sobretudo, de conscientização e luta para fazer valer os diretos das mulheres. “As mulheres alagoanas estão mais fortes, estão denunciando mais, procurando as entidades de apoio, isso mostra que avançamos. Entretanto, é preciso mais conscientização porque a situação é grave e toda a sociedade está envolvida. A violência contra a mulher é um problema de saúde pública que, inclusive, mata a auto-estima”, disse a conselheira.

‘Muitos juízes são machistas’

No Brasil, a cada 15 minutos uma mulher é vítima de violência. “Apesar de ter melhorado, muitas mulheres são violentadas e sofrem em silêncio por não ter consciência dos seus direitos ou não saber a quem procurar. As entidades ligadas à mulher, em Alagoas, aguardam a instalação e funcionamento da Vara da Mulher, que poderá por em prática, de forma efetiva, a Lei Maria da Penha”, afirmou a presidente da Associação da Mulher Advogada, Marli Ribeiro.

Ainda segundo ela a batalha pela integridade feminina também precisa se dar dentro da magistratura. “A conscientização sobre a Lei precisa atingir também os magistrados. Muitos juízes machistas se recusam a aprovar a Lei, como aconteceu no Pará”, confirmou.

2° Delegacia da Mulher

A presidente do Fórum de Entidades Autônomas de Mulheres, Terezinha Ramires, afirma que a luta pelos direitos da mulher necessita de vigilância constante diante da sociedade patriarcal e machista em que vivemos.
“A resposta das mulheres alagoanas para os casos de violência é a animação e o compromisso de mudar os índices no Estado”, afirmou completando que faz parte dessa luta, a instalação da segunda Delegacia da Mulher, no Graciliano Ramos.

Mulher Negra

A comemoração do Dia da Não-Violência Contra a Mulher começou no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, como forma de chamar atenção para a violência contra a mulher negra.

Triplamente violentada, a mulher negra sofre por ser mulher, negra e pobre. Estas ocupam lugares nos barracos de favelas de todo o país, quanse nunca vai à escola e sempre perpetua o ofício de empregada doméstica.

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