O ex-presidente Fernando Collor de Mello repetiu na entrevista concedida à Rede Globo, domingo, 14, a versão dada em 2002 à Revista Playboy, quando confessou pela primeira vez ter pensado em se suicidar durante o processo de impeachment que o afastou da Presidência da República em dezembro de 1992. Na entrevista à revista, Collor contou que um governador foi quem o dissuadiu da idéia – mas, não revelou o nome. Na entrevista à Globo foi esclarecedor, citando o nome do ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizolla.
“Cheguei a pensar em suicídio e lembro-me bem que tinha recebido em audiência o governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizolla, e ele, na saída, voltou-se para mim e disse-me que desejava falar uma coisa. Ele entrou no gabinete, pedi para que se sentasse e ele respondeu que preferia ficar em pé. E falou-me para resistir, dizendo que já havia presenciado muitos acontecimentos traumáticos na vida pública brasileira e que eu reagisse, que não me deixasse levar pelo abatimento”, contou Collor na entrevista ao jornalista Geneton Moraes Neto, que está fazendo uma série de reportagens-depoimentos com ex-presidentes.
Na entrevista à Rede Globo o ex-presidente se mostrou resignado e, em tom de despedida, comunicou que não disputaria mais cargos eletivos. Os amigos mais próximos duvidam da decisão; acham que o ex-presidente espera ter o seu nome lançado como alternativa às duas prováveis chapas majoritárias em 2006, para rever a decisão.
