Sem-terra cobram segurança nos assentamentos

Alagoas 24 HorasComissão pede que Ministério Público intermedie reunião com Governo do Estado

Comissão pede que Ministério Público intermedie reunião com Governo do Estado

Uma comissão de trabalhadores rurais sem terra esteve, agora há pouco, reunida com o procurador-geral de Justiça, Coaracy Fonseca, para cobrar mais segurança nos assentamentos e acampamentos do Estado.

A comissão formada por representantes do Movimento dos Sem Terra (MST) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) reivindicou, do Ministério Público Estadual, a intermediação junto ao governo do Estado para que sejam adotadas medidas no intuito de coibir as ações de violência rural.

“Vários casos de violência no campo voltaram a ser registrados. Esta semana, em Atalaia, dez homens encapuzados atearam fogo em um cachorro e torturaram mulheres e crianças jogando gasolina em seus corpos, onde ameaçaram queimar”, explicou Carlos Lima, coordenador da CPT.

As 60 famílias ameaçadas no assentamento São Pedro, na última segunda-feira, estão acampadas na Praça Sinimbu desde ontem, para conseguir uma reunião com o governador e resolver o problema.

“O Estado precisa agir com rigor. Temos vários que ainda não foram resolvidos, entre eles o assassinato de Jaelson Melquides dos Santos (ocorrido em novembro do ano passado) e a tentativa de homicídio em massa ocorrida em Murici, quando atearam fogo em um caminhão que levava sem terra”, ressaltou Lima.

Audiência Pública

O ouvidor agrário nacional, Gercino Silva, chega esta tarde em Maceió para participar de uma audiência pública que acontece amanhã em Murici, onde será tratada a questão da violência no campo.

Participam da audiência trabalhadores ligados aos quatro movimentos sociais de Alagoas. Os sem terra vão aproveitar a presença do ouvidor agrário nacional para denunciar o último fato ocorrido em Atalaia e tentar uma reunião com o governador e a Cúpula da Segurança do Estado.

Atalaia

Na madrugada da última segunda-feira, dez homens encapuzados invadiram o acampamento São Pedro, localizado em Atalaia, onde se encontram as famílias despejadas da fazenda Aracati, e atearam fogo num cachorro e em objetos pessoais dos sem terra.

Segundo informações dos trabalhadores que estavam no local, os homens chegaram a ameaçar queimar mulheres e crianças que estavam no assentamento após jogarem gasolina nos corpos delas.

Devido a ameaça sofrida, as cerca de 200 trabalhadoras ligadas ao Movimento dos Sem Terra (MST) estão acampadas em frente à sede do Incra, na praça Sinimbu. Para os representantes, os trabalhadores só voltarão para Atalaia após conseguir uma reunião com o governador Ronaldo Lessa.

“Esta ação dos dez homens encapuzados é obra do latifúndio. Não podemos dizer quem foi, cabe a polícia investigar e prender essas pessoas que querem causar o pânico nos assentamentos”, concluiu Carlos Lima.

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