O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, evocou a possibilidade de o Uruguai sair do Mercosul se o bloco se opuser à sua intenção de ampliar o comércio com os Estados Unidos, onde quinta-feira se reunirá com o presidente americano, George W. Bush.
"Precisamos romper a dependência regional", disse Vázquez nesta terça-feira ao Canal 10 de Montevidéu e ao jornal argentino La Nación, em meio à crise que o bloco vem enfrentando pelo conflito entre o Uruguai e a Argentina, devido às duas indústrias de celulose que estão sendo construídas sobre um rio na fronteira entre os dois países e os problemas comerciais do bloco.
"Os Estados Unidos já são nosso principal cliente e temos que atrair investimentos e gerar postos de trabalho para os uruguaios". Portanto, o Uruguai procura uma ampliação comercial com esse país, seja na forma de um TLC (Tratado de Livre Comércio) ou de um aprimoramento comercial, disse Vázquez.
"Há níveis de atuação: uma coisa seria desligar-se do Mercosul como membro pleno e outro seria concretizar acordos comerciais com outros países para ter mercados para as exportações e incentivar investimentos no país".
Mais tarde, Vázquez negou por meio de seu porta-voz Gustavo Antúnez que seu governo esteja tentando sair do Mercosul, mas reivindicou a possibilidade de negociar acordos comerciais com todos os países do mundo.
Uma fonte que integra a delegação uruguaia nos Estados Unidos disse ao jornal La República de Montevidéu que se a intenção do Uruguai de ampliar os vínculos comerciais com o país encontrar obstáculos no Mercosul, Vázquez não hesitará em recorrer ao Tratado de Assunção de 1991, que fundou o bloco, para acionar o artigo que prevê a saída de um membro.
O bloco é integrado também por Argentina, Brasil e Paraguai. O Chile e a Bolívia são membros associados e a Venezuela acaba de iniciar o processo de adesão plena.
