A releitura crítica do dia 13 de Maio, Dia da Abolição da Escravatura, foi o tema do encontro Afro-Alagoano: A África está no Outro lado da rua, realizado nesta quinta-feira pelas secretarias executiva de Educação e de Defesa e Proteção das Minorias. Destinado a professores da rede pública estadual, o evento fez parte do processo de construção da identidade negra nas escolas.
O evento está sendo realizado no auditório do Palácio República dos Palmares, desde às 8h, e é voltado para 200 professores e coordenadores pedagógicos de escolas estaduais.
Durante todo o dia estão sendo realizadas palestras temáticas que enfatizam a necessidade de levar para as escolas públicas atividades pedagógicas e culturais que venham reforçar o respeito às diferenças étnico-raciais.
Participaram do encontro a secretária de Defesa e Proteção das Minorias, Patrícia Mourão, e as coordenadoras dos núcleos da Identidade Negra, Arísia Barros, e de Estudos Afro-Brasileiros, Josélia Monteiro.
Patrícia Mourão defendeu uma maior reflexão sobre a questão do negro nas escolas com a participação dos professores, que são os agentes multiplicadores. “Com o debate e apresentação de idéias e sugestões, vamos ter um avanço no processo de mudança dentro das escolas”, disse.
Ao defender a releitura da história de combate à escravatura, a professora Arísia Barros afirmou que o poder público precisa “trabalhar os vácuos existentes no processo de combate à discriminação”. “Sabemos que a escola é muito poderosa; por isso precisamos fazer a releitura pessoal com relação ao 13 de maio”, ressaltou.
Preconceito
Arísia afirmou que ainda existe preconceito dentro das escolas e que chega a ser praticado até inconscientemente pelos próprios professores. Ao lembrar que a maioria da repetência e evasão escolar atinge alunos negros, disse que os educadores têm um papel fundamental para reverter esse quadro.
O encontro teve palestras que abordaram os temas “O Resgate da História Negra em Alagoas, proferida pelo ex-governador Ronaldo Lessa, e “A África está do Outro lado da rua”, com a coordenadora do Nzinga – Coletivo de Mulheres Negras de Belo Horizonte, Benilda Brito.
Com informações da Agência Alagoas
