Internacional conquista maior título de sua história

ReutersFernandão vibra com o seu gol no primeiro tempo de jogo

Fernandão vibra com o seu gol no primeiro tempo de jogo

Acabaram as brincadeiras dos rivais gremistas. O Internacional, enfim, virou internacional. Diante de um Beira-Rio totalmente lotado, o time gaúcho foi pressionado pelo São Paulo, atual campeão da Copa Libertadores e do Mundial. No entanto, a despeito da falta de experiência, a equipe da casa conseguiu se segurar, empatou por 2 a 2, afastou seus fantasmas e conquistou o título pela primeira vez em sua história. Assim, transformou esta quarta-feira na data mais importante desde sua fundação, no dia 4 de abril de 1909.

O título é a coroação de um time formado pelo Internacional desde 2002, quando o presidente Fernando Carvalho foi eleito para comandar a equipe. Os gaúchos haviam acabado de realizar uma campanha ruim no Campeonato Brasileiro (21ª posição de um torneio com 26 equipes) e escaparam do rebaixamento apenas na última rodada. O trabalho iniciado naquela temporada teve esta quarta-feira como ápice.

Para chegar ao título, o Internacional contou com a excelente campanha que realizou em seu estádio. Nas sete partidas que disputou no Beira-Rio na Libertadores de 2006, o time gaúcho acumulou cinco vitórias e dois empates.

Com essa campanha, o Internacional conseguiu acabar com um estigma do treinador Abel Braga. Depois de perder duas vezes a Copa do Brasil para times pequenos (para o Santo André com o Flamengo e para o Paulista com o Fluminense), o comandante alcançou a maior glória de sua carreira.

Psicológico norteia final na Libertadores

Mais do que esquemas táticos ou atuações individuais, o lado psicológico foi o principal diferencial da decisão da Copa Libertadores de 2006, nesta quarta-feira, no Beira-Rio. E em um duelo emocional, o Internacional superou a falta de experiência, garantiu um empate por 2 a 2 e conquistou o título pela primeira vez na história.

Na primeira partida da decisão, quarta-feira passada, no Morumbi, cada um dos finalistas perdeu um volante (Josué foi expulso pelo São Paulo e Fabinho recebeu o vermelho pelo Internacional). As ausências aproximaram muito os esquemas táticos de paulistas e gaúchos e fizeram do emocional um fator preponderante para o êxito colorado.

Afinal, foi a postura a grande vantagem do São Paulo no início do confronto. A despeito de atuar como visitante, o time paulista ignorou a pressão da torcida adversária e impôs forte marcação sobre a saída de bola do Internacional, que ficou acuado em seu campo de defesa. A ousadia proporcionou aos visitantes as duas primeiras oportunidades para mexer no placar (Danilo chutou de fora da área, para defesa de Clemer, aos 6min da etapa inicial; Lugano, livre de marcação, concluiu uma sobra por cima do travessão aos 7min).

Diante da ousadia do São Paulo, o Internacional mostrou conduta amuada. Apesar de ter uma disposição tática muito similar à dos paulistas, o time gaúcho se distribuiu em campo de forma muito menos eficiente e atuou surpreendentemente contido para uma partida que valia o título da Copa Libertadores.

Aos 29min, porém, uma falha de Rogério Ceni mudou tudo. Jorge Wagner cobrou falta da direita para a área e o goleiro não conseguiu segurar. No rebote, Fernandão empurrou para as redes e deu uma enorme injeção de ânimo ao Internacional.

Mais do que isso, porém, o gol de Fernandão abateu o São Paulo. O time tricolor não conseguiu manter o ritmo forte que imprimiu no início do confronto e deu claros sinais de nervosismo. Assim, começou a dar mais espaço para as constantes trocas de posição entre Alex e Jorge Wagner pela esquerda (coisa que Danilo e Júnior não conseguiram fazer na equipe paulista).

Só que o momento favorável ao Internacional foi interrompido aos 6min do segundo tempo, em cobrança de falta da direita para a área. Lugano mergulhou e desviou de peixinho para outro zagueiro, Fabão, dominar na direita e chutar cruzado. O jogo estava empatado.

Assim como havia acontecido com o São Paulo no primeiro tempo, o Internacional caiu de rendimento após ter sofrido o gol. O técnico Muricy Ramalho colocou três atacantes em campo (Leandro, Aloísio e Thiago). Com isso, o volante Edinho voltou para ajudar os zagueiros da equipe gaúcha e criou um vazio no meio-campo para os visitantes tocarem a bola.

E pela terceira vez na noite, um gol mudou tudo. Pela terceira vez, em um cruzamento da direita, pela terceira vez, a defesa falhou. Fernandão, livre de marcação, tocou de cabeça e exigiu defesa complicada do goleiro são-paulino Rogério Ceni em seu canto direito. No entanto, Fernandão conseguiu pegar o rebote e cruzou para Tinga renovar o ânimo do Internacional.

No lance do gol, Tinga comemorou levantando a camisa. Por conta disso, foi expulso de campo pelo árbitro argentino Horácio Elizondo e causou um novo abatimento no Internacional, dando esperança ao time visitante. O técnico Muricy Ramalho ainda corroborou o ânimo dos paulistas e trocou o zagueiro Edcarlos pelo atacante Alex Dias.

A alteração adiantou o São Paulo, que passou a ter mais posse de bola em seu campo de ataque. E o Internacional, mais uma vez acuado, se fechou em seu campo. A postura contida dos gaúchos foi propiciada pelas alterações do técnico Abel Braga, que trocou o meia Alex e o atacante Rafael Sobis, respectivamente, pelo meia Michel e o volante Ediglê.

Com dez homens em campo e sem qualquer perspectiva ofensiva, o Internacional foi castigado aos 40min. Júnior chutou de longa distância, Clemer não segurou em seu canto esquerdo rasteiro e Lenílson completou para as redes para empatar o jogo.

O gol precedeu uma pressão do São Paulo. No entanto, o Internacional conseguiu se segurar e, na base da raça, garantiu a maior conquista de sua história. "Foi uma vitória da dedicação e da determinação do nosso elenco", comemorou o meia Alex.

Fonte: Uol

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