O protesto de estudantes contra o aumento de ônibus na capital paulista de R$ 2,00 para R$ 2,30 anunciado pela Prefeitura de São Paulo nesta semana terminou com quatro pessoas feridas e dois estudantes detidos.
Os manifestantes e a Polícia Militar entraram em confronto no terminal de ônibus Parque Dom Pedro II, no Centro de São Paulo, na noite desta sexta-feira (24). Cerca de 300 estudantes, após passarem pela Praça Ramos, Viaduto do Chá, Largo São Francisco, Praça da Sé e Praça João Mendes, decidiram invadir o terminal por volta de 19h30, aproveitando que o portão de entrada dos ônibus estava aberto.
Os estudantes então decidiram impedir a entrada e saída dos ônibus. Cerca de 30 veículos ficaram parados. Policiais da Força Tática foram ao local e tentaram dispersar os manifestantes com bombas de efeito moral e uso de cassetetes. Logo depois passaram a usar também bombas de gás lacrimogêno.
Os passageiros entraram em pânico, alguns passaram mal. "Estou com muito medo, isso é errado. A gente não tem culpa e não vai resolver nada", disse a passageira Joice Cristina Peres, aos prantos e com os olhos lacrimejando por causa da bomba de gás lacrimogêneo. Comerciantes que estavam nos quiosques fecharam as portas das lojas e se trancaram dentro.
A Tropa de Choque então entrou no terminal e, às 20h10, esvaziou o local. O confronto deixou um saldo de quatro feridos: um repórter do jornal "O Estado de S. Paulo", que ficou ferido no braço, um estudante de 26 anos, que sofreu ferimentos de golpes de cassetete, e dois policiais militares do 7º Batalhão, um deles no rosto e o outro no braço. Os estudantes Cristian Santander, de 26 anos, e Gutiero Santi foram detidos e levados ao 1º DP. Um ônibus teve os vidros quebrados.
O tenente-coronel da Força Tática do Centro, Vagner César Gomes, um dos responsáveis pela operação, afirmou que não teve como evitar o confronto. Segundo ele, foram chamadas três equipes da Força Tática como reforço, mas apenas uma atuou, com cerca de 25 policiais.
