Comitê do São Francisco reafirma posição contrária à transporsição

A Diretoria do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender as liminares contra a transposição do rio São Francisco, reafirma sua posição contrária ao projeto alegando ser essa uma alternativa inadequada para solucionar o problema do abastecimento de água das populações necessitadas do Semi-Árido, com fundamento nos estudos desenvolvidos por todos os centros de excelência que examinaram a questão.

O Atlas Nordeste, publicado recentemente pela Agência Nacional de Águas (ANA), comprova que o problema da falta de água nos estados contemplados com a transposição é de má gestão de seus recursos hídricos ou carência de infra-estrutura de distribuição. O Atlas Nordeste comprova ainda que as áreas mais críticas do abastecimento estão nos Estados da Bahia e Pernambuco (na Bacia do São Francisco) e não no Ceará ou Rio Grande do Norte.

O comitê já estabeleceu em uma de suas resoluções, que o uso externo das águas da Bacia do São Francisco somente será admitido para o abastecimento humano e dessedentação animal, sempre após a comprovação da real necessidade desses recursos e da inexistência de fontes locais de atendimento. Em recente entrevista à imprensa o ministro da Integração Nacional, Pedro Brito, admitiu no Estado da Paraíba, que as águas transpostas do São Francisco são para uso econômico.

Submeter o projeto de transposição a um diálogo com toda a Sociedade foi a proposta apresentada pelo próprio presidente Lula, através do governador eleito da Bahia, Jacques Wagner, e condição única para encerrar a greve de fome do frei Dom Luiz Cáppio. O CBHSF participou do início desse diálogo com a realização de reuniões em Brasília, mas as conversas foram interrompidas com a chegada da campanha eleitoral.

O comitê confia na palavra empenhada pelo presidente Lula de dialogar com a sociedade, para se encontrar as soluções adequadas para o abastecimento de água ao Semi-Árido, com tratamento igualitário para toda a região e não apenas para uma parte.

Fonte: CBHSF

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