“O governo de Teotonio será conservador, sempre soube disso”, declara Lessa

O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), ao tomar conhecimento das secretarias cortadas pelo governador eleito Teotonio Vilela Filho (PSDB) e dos nomes que compõe o secretariado, declarou que está claro que a estrutura será dominada pelo PSDB e pelo PMDB e que “isto demonstra um governo conservador”. “Sempre soube disto”, complementou Ronaldo Lessa.

Na visão do ex-governador, “ser conservador, não significa o retorno para os antigos projetos da direita”. Ronaldo Lessa definiu Teotonio Vilela como um político de centro, que algumas vezes apresenta uma tendência esquerdista devido à história dele no Senado Federal e as posições de seu pai, o velho menestrel Teotônio Vilela.

Segundo Ronaldo Lessa, o PDT já se reuniu com Téo Vilela e recebeu uma proposta feita pelo futuro chefe do Gabinete Civil, Álvaro Machado. “A proposta não agradou o partido e nós recusamos, mas continuamos conversando. Agora à tarde, vou me reunir novamente com Teotonio Vilela”. Lessa não quis informar qual foi à proposta feita por Machado. Nos bastidores, o comentário é que o Departamento de Trânsito teria sido oferecido ao grupo liderado pelo ex-governador.

Lessa não quis avaliar o secretariado de Téo Vilela. “Só vou me manifestar quando a equipe estiver completa. Só falo mesmo na montagem final do governo. A única coisa que está clara é que é uma estrutura fortemente montada pelo PSDB e pelo PMDB. É o que já se imaginava”.

Indagado sobre a possibilidade de rompimento com o governo, por conta de até agora o PDT não ter sido citado para secretarias, o ex-governador frisou que ainda é aliado e que o partido está a disposição para um projeto que beneficie o povo alagoano. “A preocupação é o projeto para o povo de Alagoas. Se for o melhor, como acreditamos que seja, estamos apoiando Téo Vilela. Esta para mim é a discussão primeira”, colocou.

Ronaldo Lessa falou ainda sobre a decisão de Téo Vilela ter extinguido a Secretaria de Esportes. “Classifico como uma decisão triste, mas claro que cada um tem a sua visão de governo. Mas, esta secretaria faz parte daquelas que dão ascensão política a pequenos grupos que sempre estiveram de fora, como foi a Secretaria de Mulher, a de Direitos Humanos. Num Estado como o nosso, eu vejo como necessárias para o diálogo com os movimentos sociais”.

Perguntado sobre se este seria um governo de menor diálogo, Lessa disse que não há como retroceder nas conquistas tidas pela sociedade, mas que “o Téo não é um político de esquerda, mas é o melhor nome neste momento para conduzir Alagoas. O Teotonio pensa no Estado Mínimo. Como estadista penso diferente, mas o futuro governador tem uma história de trabalho e um referencial que não permitirá, por mais nomes da direita que sejam apontados, que este governo seja direitista. Continuo confiando que não haverá uma guinada e que o projeto vai se manter na centro-esquerda”, finalizou Ronaldo Lessa.

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