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Luis Vilar

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Eles estão descontrolados!

Ao assistir a sessão da Assembléia Legislativa de Alagoas, na tarde de ontem, me lembrei de um funk carioca. O semblante consternados de alguns deputados estaduais, as provocativas ao PT e o reconhecimento – por parte dos deputados – da prática de nepotismo cruzado no Poder Legislativo sendo exposto por eles mesmos, em debates fervorosos e declarações contra o procurador geral de Justiça, Coaracy Fonseca, só fazia ecoar em minha cabeça: “Eles estão descontrolados! Tum, tum, tum”. É o mais novo pancadão da Assembléia Legislativa de Alagoas.

Conversando com um repórter, nos bastidores, este teve a mesma sensação que eu e emendou: “Eles abandonaram a razão”. E agora? As investigações – ao contrário do que alguns parlamentares imaginaram – aprofundaram e a Mesa Diretora afastada não obteve o sucesso especulado e esperado via Tribunal de Justiça. Sinais de um novo tempo? Bem, só falta o Tribunal de Contas do Estado achar alguma irregularidade em sua auditoria. Pronto: aí, na lógica parlamentar, ficou tudo de pernas para o ar.

Ora, se há de fato nepotismo cruzado na Assembléia Legislativa envolvendo o deputado Maurício Tavares (PTB) e o procurador Coaracy Fonseca; e Cícero Amélio (PMN) – na condição de primeiro secretário – sabia. Então, respondam-me, como pode os servidores da Casa Tavares Bastos serem culpados dos desvios e ninguém saber? Nem o ordenador de despesas, onipresente e onipotente Cícero Amélio? Em instantes se sabe de tudo, daqui a pouco não se sabe de nada.

Não obstante a perda da lógica, para descredenciar os movimento sociais, sindicatos e demais partidos de esquerda, o deputado João Beltrão (PMN), fez questão de colocar que a massa que se manifestou na porta da Assembléia Legislativa pedindo o afastamento dos deputados estaduais era uma espécie de povo que nunca tinha dado um dia de serviço. Caro deputado, dentro da Assembléia tem muito mais gente que nunca deu um dia de serviço, do que na manifestação social legítima que se fez na porta da Associação Comercial.

É preciso respeitar a sociedade civil organizada, afinal é o que se espera de um parlamentar que – em tese – deveria representá-la.

Nota-se, na entrelinha de alguns discursos, o desprezo pelo povo em si, na visão mais coronelista que se pode vislumbrar. Estes eram, até bem pouco tempo atrás, os horizontes de Alagoas. Quanto ao nepotismo cruzado, a ninguém é dado o direito de estar acima da lei. Se for comprovado de fato, que Coaracy pague. Porém, se for um jogo de provocações – como foram as citações sobre o Partido dos Trabalhadores, durante a sessão de ontem – fica evidente a lama em que o parlamento se encontra.

Uma curta

Piada de bastidor político: se a coisa no parlamento começa a ficar na mais profunda escuridão, há um dos parlamentares que – por R$ 20 – pode dar uma “luzinha”.

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