Blog

Tudo que Há 24 Horas

Colunista Social e Multimidia Alagoana Diretora Nordeste Abramecom(Associação Brasileira de Colunistas Sociais e de Mídia Eletrônica) Presidente Nacional de Comunicação e Relacionamentos da Federação Brasileira de Colunistas Sociais,(Febracos) O primeiro site em que escrevi foi NAGANDAIA.COM, um site voltado para jovens baladeiros que se jogavam nas gandaia (baladas, shows...) Depois vieram vários, entre eles: maceioeventos, alagoasvip... www.tudoqueha.com.br maceio4ograus.com.br - Maceió revista100fronteiras.com.br - em Nova Iguaçu glorinhacohen.com.br - em São Paulo Jornal Tribuna do Sertão-Alagoas Jornal Primeira Edição-Alagoas Revista Áppice Revista Gold Revista Class Magazine Presto assessoria para várias empresas e restaurantes e alguns artistas; Aninha Monteiro instagram:aninhatudoquehaoficial Meu Email: anamonteiro@maceio40graus.com.br

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

ESTRESSE E SUA CAUSAS!

ESTRESSE E SUAS CAUSAS, FASES E MODO DE LIDAR

Minha Convidada Ana Paula Calixto
As flores desabrocham para continuar a viver,
pois reter é perecer.
– Khalil Gibran

O conceito de estresse, criado pelo cientista canadense Hans Selye, modificou profundamente a visão de saúde e doença em vários setores da Medicina. Sua força esclarecedora ainda está para ser assimilada por novas teorias na saúde mental. Stanley Keleman, em sua abordagem formativa, recorre constantemente à noção de estresse para pensar os seus efeitos sobre o processo formativo como, por exemplo, a interferência das experiências excessivas na capacidade de criação contínua de formas somáticas no processo de vida.

Estresse é uma reação básica que todo ser vivo apresenta frente a diversos tipos de afetações, boas ou ruins.

Quando encontramos alguém, recebemos uma notícia importante, brigamos, enfrentamos um trânsito lento, algo ocorre em nosso corpo, nosso estado interno muda, estamos afetados e temos uma resposta do organismo para dar conta desse estado de afetação. A resposta biológica e comportamental para lidar com esse desequilíbrio interno produzido sobre o nosso estado anterior é o que denominamos estresse.

A reação do estresse permite ao organismo agrupar forças e recursos internos para lidar com a situação de estar sob efeito de um encontro desestabilizador. Frente a uma situação na qual uma determinada forma somática não dá conta, a reação de estresse participa na mobilização e na preparação de novas formas, novas respostas. O desconforto do estresse chama a mudança.

O estresse é uma reação à afetação sobre uma ordem estabelecida, um chamado para se compor com aquilo ou, no limite, diminuir os efeitos da afetação. E há um aumento de atividade no organismo para lidar com o fato de estar afetado. O problema é quando o nível dessa resposta é excessivo e permanente, não se desfazendo após a situação, deixando a pessoa paralisada num certo ponto de sua resposta de estresse.

Quando a carga de estresse é excessiva, além do que uma pessoa é capaz de suportar, pode se iniciar um processo que desencadeia várias reações emocionais e sintomas próprios; os estados de ansiedade e pânico fazem parte desse processo.

A situação estressante pode ser, por exemplo, uma crise conjugal, um medo de estar doente ou até mesmo uma viagem ou uma promoção no emprego – algo aparentemente bom, mas que exige adaptações e mudanças internas.

Quando vivemos uma situação que mexe muito conosco e nos desestabiliza, é ativada uma reação automática chamada reação de luta ou fuga. Essa reação faz parte da resposta biológica do estresse e nos prepara para respondermos à situação nova. Há um “continuum” de formas somático-emocionais nessa resposta frente a qualquer situação desestabilizadora, que Keleman denomina “continuum do susto”¹.

Nós somos desestabilizados muitas vezes nos encontros, e nossa capacidade de nos compormos ou não nesses encontros determina a experiência do assimilável ou do traumático. Então, o ser suportável ou excessivo depende de quanto um organismo suporta de estranhamento em si, potencializando-se em movimentos de diferenciação e complexidade das formas e estratégias de vida ou paralisando-se em tentativas de reduzir os efeitos de desorganização, de perda de limites e referências.

São graus de estranhamento – inicialmente, com mais atenção; em seguida, com criação de barreira e isolamento; depois, até com tentativas de agressão. E com o avanço da presença do “outro” em mim – ameaça pelo aumento de potência do estrangeiro/desconhecido –, posso começar a entrar em estado de medo, no qual enfrentar a situação já não é uma solução eficaz; sinto-me ameaçado demais e começo a querer fugir da situação. Não dá para me compor com o “outro”, com a afetação, com aquilo que não é assimilável; preciso evitar para me salvar.

Nesse momento, podem surgir experiências de ansiedade, confusão, pânico etc. Os estados de ansiedade e confusão interna marcam o conflito entre ficar para enfrentar a situação e fugir; expressam a coexistência de duas respostas simultâneas e contraditórias no comportamento – enfrentamento e fuga. E, dependendo de como sejam essas respostas ao fator estressante, respondemos desde com mais atenção e cuidado, em seguida, se o grau de afetação for mais intenso e nos ameaçar, reagimos com isolamento, depois com enfrentamento e raiva. Caso a situação nos ameace ainda mais intensamente, começamos a nos sentir incapazes de dar conta do que ocorre e passamos a sentir medo, ansiedade, e podemos então caminhar para o pânico, grau extremo de uma situação excessiva, insuportável Daí em diante, se a situação persistir, tendemos a recuar e começam a surgir as respostas de tristeza, abatimento, desânimo, colapso e depressão.
Sendo que, diante de uma situação que cause estresse, os limites e os modos de lidar são sempre pessoais, singulares a cada pessoa.

No trabalho psicoterapêutico, atuamos sobre os padrões psicofísicos que constituem a resposta do paciente a situações estressantes em suas relações com a história de vida. Precisamos atentar para as interrupções do processo de homeostase (equilíbrio), os padrões de estresse envolvidos, a dinâmica funcional dos sintomas, os fatores existenciais da história de vida, os processos vinculares e os fatores contextuais, como, por exemplo, ambientes com diferentes qualidades. Ou seja, um enfoque global que permite tanto um alívio do sofrimento trazido pelas crises quanto a superação e a cura, por chegar às causas que precipitaram o estado atual e a utilização de técnicas psicológicas para o tratamento, que podem se aliar a uma intervenção medicamentosa em uma dinâmica multidisciplinar na qual o paciente conte com o auxílio de um profissional da medicina, também.

Portanto, no caso de estar sentindo algum desconforto compatível com o esmiuçado, deve-se procurar ajuda médica ou psicológica, pois esse é o caminho para superar a experiência do desconforto atual, podendo ser uma grande oportunidade de crescimento pessoal; de uma retomada vital e contemporânea do processo interpessoal e intrapessoal (de relacionamento com os outros e consigo mesmo).

Ana Paula Calixto
Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta Breve Psicodinâmica, Ludoterapeuta e Especialista em Psicologia Jurídica
Contatos: (82)8812-9996 Oi/9106-2222 Claro/9606-3766 Tim
Fanpages: www.facebook.com/PSICCLIN e www.facebook.com/calixtocasadocursosal
E-mail: anapaulacalixtoal@hotmail.com

_________________________________________________
1 O continuum do susto é a reação automática ativada quando uma experiência ultrapassa o limite de uma forma somática, o limite de um território existencial, chamando novas respostas para lidar com a situação.

Referências Bibliográficas:
Associação Americana de Psiquiatria. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM IV. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
KELEMAN, Stanley. Anatomia Emocional. São Paulo: Summus, 1992.
__________. Realidade Somática. São Paulo: Summus, 1994.
__________. Viver o seu Morrer. São Paulo: Summus, 1997.
SELYE, Hans. The Stress of Life. Nova York: Mc Graw Hill, 1984.

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos