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Todos os Flhos Devem Ser Adotados Antes no Coraçã

Pablo Picasso Mother And-the-child
Pablo Picasso Mother And-the-child

Minha convidada do Tudoqueha24horas:

Ana Paula Calixto
Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta Breve Psicodinâmica, Ludoterapeuta
e Especialista em Psicologia Jurídica
Contatos: (82)8812-9996 Oi/9106-2222 Claro/9606-3766 Tim
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E-mail: anapaulacalixtoal@hotmail.com

"Todos os filhos devem ser adotados antes no coração da mãe-mulher."

“Olho e sou visto, logo, existo”.
W. Winnicott

O instinto materno existe ou as relações mãe-filho envolvem apenas os mesmos sentimentos que encontramos em outras relações: amor, ódio, indiferença, diferentemente dosados conforme o caso? O instinto materno existe ou não passa de uma enorme pilhéria? Uma enorme anedota destinada a persuadir as mulheres de que cabe a elas executar o “trabalho sujo”, isto é, fazer sempre a mesma coisa, sem partilha, sem objetivo, lavar sempre o chão que as crianças sujam e estar sempre a empunhar uma mamadeira? Que vem a ser um instinto que se manifesta em certas mulheres e não em outras?
Aos olhos de muitos, não amar um filho e um crime inexplicável. Porém, hoje uma mulher pode desejar não ser mãe: trata-se de uma mulher normal que exerce a sua liberdade. E assim, de modo liberto, deve ser também o exercício da mulher que escolhe ser mãe, ainda que essa escolha seja fruto do inconsciente, muitas vezes, referido como “acidentes de percurso”. Não e só o amor que leva a mulher a cumprir seus deveres maternais. A moral, os valores sociais, ou religiosos, podem ser incitadores tão poderosos quanto o desejo da mãe. Mas, para o VERDADEIRO AMOR MATERNO é preciso que essa mãe ADOTE SUA CRIA ANTES EM SEU CORAÇÃO. O que isso quer dizer? Vejamos um pouco do percurso histórico da maternidade:
O amor materno o foi por tanto tempo concebido em termos de instinto que acreditamos facilmente que tal comportamento seja parte da natureza da mulher, seja qual for o tempo ou o meio que a cercam. Aos nossos olhos, toda mulher, ao se tornar mãe, encontra em si mesma todas as respostas a sua nova condição. Como se má atividade pré-formada, automática e necessária esperasse apenas a ocasião de se exercer. Sendo a procriação natural, imaginamos que ao fenômeno biológico e fisiológico da gravidez deve corresponder determinada atitude maternal.O amor materno é apenas um sentimento humano. E, como todo sentimento, é incerto, frágil e imperfeito. Por isso, como qualquer relação afetiva, o amor entre mãe e filho é um sentimento que deve, precisa ser conquistado, tendo que ser nutrido, alimentado para crescer e fazer bem aos envolvidos nesse arrolamento do holding materno.
Pode haver maior ou menos amor materno, segundo as dificuldades externas que se abatem sobre as pessoas, mas esse amor existe sempre. O amor materno seria uma constante transitória. Então, se faz necessário que essa função idealizada seja trabalhada dentro da cabeça da mãe para que esta possa se desprender de crenças ilusórias, bem como poder de modo mais livre e menos pesado abraçar o exercício da maternidade conseguindo transpor a logística do contato físico concreto do seu objeto de amor, que ainda não se encontra em seus braços, mas já tem dessa mulher o foco principal de suas emoções. Essas crenças ilusórias que embutem uma imagem idealizadora de ser mãe e que cria expectativas astronômicas em torno dobebê como um ser divino, aos cuidados incondicionais de outro ser humano que ganhou uma conotação também divinal: eis quando o mito da “Mae Santa” foi construído…
A mulher não é mais identificada a“serpente do Gênesis”, ou a uma criatura astuta e diabólica que é preciso por na linha. Ela se transforma numa pessoa doce e sensata, de quem se espera comedimento e indulgencia. Eva cede lugar, docemente, a Maria. A curiosa, a ambiciosa, a audaciosa metamorfoseia-se numa criatura modesta e ponderada, cujas ambições não ultrapassam os limites do lar. Ora, entre todos os povos bárbaros e selvagens, toda mãe amamentava os filhos. Mas Verdier-Heurtin constata que tão logo esses povos se civilizaram se enriqueciam e se tornavam cultos, as mães deixavam de querer amamentar.Foi por isso, também, que se recomendou as mães imitarem a “sábia atitude” de todas as espécies de animais irracionais, que obedeciam melhor do que elas aos impulsos da natureza. Entre os animais encontra-se o estado ideal de pura natureza, um instinto não desnaturado pelo interesse, isto é, o instinto materno não desviado pelo “egoísmo da mulher”. Ok, a mulher está submetida a esse instinto, como todos os animais. Nos animais esse instinto basta – a natureza por si só os conduz. Mas o ser humano não está diretamente sob seu império. Recebeu “do céu” uma vontade ativa, uma razão esclarecida, que é frequentemente corrompida pelos erros e os preconceitos de toda espécie e sufocam essa ativa impressão da natureza. Bem, desta feita a mulher ideal seria a que mais se aproximasse de uma FÊMEA: boas reprodutoras, sem curiosidade nem ambições, era o que lhes convinha, elas esquecem todos os objetos de seu prazer.Decididamente, os homens foram melhores defensores da causa das mães, a menos que, através desse artificio, não tenham defendido na realidade senão a própria causa.
No entanto, vivemos em outros tempos. “Tempos modernos”, que exigem da mulher o exercício da “Mãe Santa”e da chefe-de-família, com ex-companheiros e genitores de suas crias perdidos para a violência ou para a “fuga do compromisso familiar”. Dois papéis contraditórios entre Eva e Maria sincretizadas na contemporaneidade, que acaba por negligenciar o bem estar do ator principal dessa relação dual: a criança, que tudo pede, tudo necessita, não usa máscaras, não representa, não participa da farsa e sempre horroriza o público porque ainda não aprendeu o papel, pois sua persona e seu eu são um só. Aliás, a criança não se deixa enganar pelos falsos sentimentos da mãe, pois o amor não se imita. E a mãe que se sente culpada no tribunal de sua filha, teme que o ódio se interponha um dia entre elas.
A MATERNIDADE É UM DOM E NÃO UM INSTINTO COMO NOS TENTAM FAZER CRER. Convém deixar em paz aquelas que não são dotadas para serem mães. Como diz Elizabeth Badinter: “essa frase deveria servir de epígrafe ao próximo tratado sobre a nova educação das meninas. Que o futuro Fenelon esteja ciente de que e essa a condição da felicidade dos homens, pois ao se obrigar as mulheres a serem mães contra o seu desejo, corre-se o risco de engendrar crianças infelizes e adultos doentes”.
Por concluinte, as mulheres precisam de uma atenção especial quanto ao que tange o exercício materno, senão desde a infância com uma educação mais concretizada em sua condição de ser humano e não somente enfatizada em sua condição de gênero, ou no decorrer do percurso da gestação ao puerpério. A mulher necessita de orientação sobre o exercício materno, que inclui o esmiuçar de seus sentimentos a respeito de ser mãe e das emoções que envolvem um outro ser que tudo exigirá dela durante um bom tempo da sua vida, de modo que, sem mitos, ela possa primeiro adotar a cria em seu coração pois, assim ela poderá amar de modo mais honesto e saudável: sem mistificações e de maneira mais espontânea.
Destarte, essas mães poderão atender mais naturalmente às exigências do infante indefeso e voraz ao mesmo tempo detentor de um amor inexplicável porque, dessa forma saudável, se construiu no seio da mulher. Um amor REAL. E, ironicamente, quer prenunciemos o fim do homem ou o paraíso reencontrado, terá sido Eva, mais uma vez, quem modificou a distribuição das cartas.

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