Caso Eloá: acusado de matar filha de ex-cabo da PM de Alagoas vai para o semiaberto

O acusado de sequestrar e assassinar a ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, no ano de 2008, Lindemberg Alves, irá para o regime semiaberto. A decisão foi da juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da 1ª Vara das Execuções Criminais (VEC) de Taubaté.

Há 13 anos, Lindemberg cumpre pena na Penitenciária Doutor José Augusto Salgado, a P2 de Tremembé (SP). O pedido foi feito pela defesa do réu em setembro de 2020, que levou em consideração o tempo de pena cumprido e remição.

Com trabalha na unidade penitenciária, ele teve 313 dias de pena perdoados. No semiaberto os detentos têm direito a cinco saídas temporárias no ano, entre elas Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal.

Para a decisão, a juíza argumentou que o preso “obteve resultado positivo no exame criminológico realizado, pela unanimidade dos avaliadores participantes, que o consideraram apto à usufruir do regime intermediário”.

A decisão é do dia 11 de maio e o comunicado de transferência de regime foi enviado à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) nesta terça-feira (8).

O relatório de avaliação psicológica considerou que Lindemberg tem “agressividade e impulsividade dentro dos padrões normais” e que “arrepende-se profundamente, lamenta perda irreversível à família da vítima”.

Relembre o caso

(Foto: Clayton de Souza/AE)Lindemberg Alves, quando foi preso em 2008

Lindemberg Alves, quando foi preso em 2008

No dia 13 de outubro de 2008, a jovem Eloá Pimentel, na época com 15 anos, e mais três amigos de escola -Nayara, Iago e Victor Campos – foram feitos de reféns no apartamento em que a garota morava com os pais, Ana Cristina Pimentel e Everaldo Pereira dos Santos, ex-cabo da PM de Alagoas.

No imóvel, localizado em Santo André (SP), o sequestrador e ex-namorado de Eloá, Lindemberg Alves, rendeu as vítimas por não aceitar o fim do relacionamento. Os dois rapazes foram os primeiros a serem libertados. A amiga Nayara chegou a ser solta no dia seguinte, mas retornou ao cativeiro dois dias depois a pedido da Polícia Militar paulista com o intuito de tentar resgatar Eloá.

No decorrer do sequestro, o pai de Eloá, Everaldo Pereira, foi reconhecido como sendo integrante do grupo de extermínio conhecido como Gangue Fardada, que atuava em Alagoas nos anos 90. Após o caso, ele fugiu da polícia e foi preso um ano depois em Maceió. 

Eloá ficou em cárcere privado por mais de cem horas. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) explodiu uma bomba e invadiu o local no dia 17 de outubro de 2008, após escutar o que seria um tiro. Na verdade, era o barulho de uma mesa. Antes da entrada da PM, o sequestrador ainda conseguiu balear Nayara, que sobreviveu, e deu dois tiros em Eloá, que morreu.

Lindemberg foi condenado a mais de 90 anos de prisão pelo assassinato da ex-namorada, e por mais 11 crimes cometidos durante o sequestro. Ele confessou ter atirado nas reféns, mas alegou que disparou após se assustar com a explosão da bomba pelo Gate. Posteriormente, a Justiça reduziu sua pena para 39 anos.

Leia também:Justiça mantém prisão preventiva do pai de Eloá

“Caso Eloá servirá para aperfeiçoar ações policiais”

Mãe de Eloá: polícia deveria ter atirado

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos