Dia Nacional da Mamografia: exame é o melhor caminho para o diagnóstico precoce

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No dia 5 de fevereiro, o Brasil celebra o Dia Nacional da Mamografia e a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) aproveita a data para alertar as mulheres quanto à necessidade de realizar anualmente o exame a partir dos 40 anos. Segundo a entidade, o exame é a principal forma para a detecção precoce do câncer de mama, seguido do acompanhamento com um mastologista. Segundo o presidente da SBM, Ruffo de Freitas Junior, o diagnóstico precoce é essencial e determinante na busca pela cura. “Em pelo menos 95% dos casos a doença é detectada pela mamografia logo no início. O exame também pode reduzir em até 35% a ocorrência de mortes em mulheres de 39 a 69 anos, segundo estudos”, aponta o especialista.

Dados recentes da SBM revelam que mais de 50% dos cerca de cinco mil municípios brasileiros com até 50 mil habitantes estão sem mamógrafos. Para piorar, em alguns estados até 67% da população desconhece o valor da mamografia para a detecção precoce e a cura do câncer de mama. Um estudo liderado pelo presidente da SBM, que também é pesquisador da Universidade Federal de Goiás, constatou que a mortalidade por câncer de mama está caindo nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. De acordo com um levantamento publicado no periódico brasileiro Clinics, editado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), são esses estados que têm mantido a média da mortalidade nacional estável nos últimos anos. Nos demais estados do país, os índices permanecem estáveis ou têm crescido.

O estudo avaliou ainda as variações nos índices de mortalidade entre 1980 e 2009. No Rio Grande do Sul, a redução da mortalidade segue uma média de 0,8% por 100 mil mulheres por ano desde 1993. Em São Paulo, a queda é de 1,9% por 100 mil mulheres ao ano e, no Rio de Janeiro, 0,6%. Segundo o médico, esses estados são os que apresentam uma saúde mais adequada, em relação ao número de mamógrafos e da estrutura de saúde. O estado com maior aumento na taxa de mortalidade é o Maranhão, com um aumento de 12% no índice que mede a mortalidade para cada 100 mil mulheres ao ano. A região Nordeste também registra alta taxa de mortalidade, mas de acordo com o pesquisador, esse dado pode ser influenciado por mudanças na estrutura de saúde pública da região. “Com a melhora do Sistema Único de Saúde (SUS), pacientes que antes iam se tratar no Centro Oeste ou mesmo no Sudeste, agora procuram atendimento na própria região”, afirma o mastologista.

Desconhecimento sobre mamografia
Outro levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia com mais de duas mil mulheres do Rio de Janeiro aponta que cerca de 50% das mulheres sequer conhecem a mastologia e 54,6% nunca fizeram o exame de mamografia. O alto índice de mulheres que nunca realizou o exame é preocupante e vai de encontro a outro resultado da abordagem, o de que 72,76% nunca se consultou com um mastologista, mesmo que por prevenção, o que representa um grave problema para a população diante de inúmeros casos de câncer de mama no Brasil.

O levantamento ouviu as mulheres de forma direta e espontânea em vários pontos do Rio e Grande Rio durante mais de 30 ações sociais. Das pessoas que disseram já ter se consultado com o mastologista, 44,39% esteve com o médico pela última vez há três anos. Das mulheres entre 30 e 60 anos esse percentual é de 43,23%.

O medo da mamografia

O câncer de mama é o que mais afeta as mulheres e quanto mais cedo for descoberto aumentam as chances de cura. “Tanto os mastologistas quanto radiologistas lutam para disseminar informações sobre prevenção para a sociedade, desmistificando correntes que pregam de forma errada que a mamografia dói, por exemplo, o que confunde a população”, afirma Ruffo de Freitas.

O Ministério da Saúde divulgou uma previsão sobre os avanços da doença para 2014. Desconsiderando o câncer de pele, estima-se que o maior número de casos do câncer nas mulheres será o de mama, com 57.120 novos casos.

Dados do Ministério da Saúde:

Rastreamento Mamográfico no Brasil
•4.287 mamógrafos no Brasil
•2017 mamógrafos disponíveis para o SUS: 1574 para imagem; 443 com estereotaxia
•Em conjunto, eles teriam capacidade de realizar 13,5 milhões de exames por ano, considerando 25 exames/por mamógrafo/dia
•Mamografias no SUS : cerca de 3,5 milhões por ano.
•Cálculo operacional do INCA (de outubro 2013):
– 1 mamógrafo/240 mil habitantes
– Número ideal para cobrir todo o Brasil: cerca de 760
– 85% estão em operação
– 15% não operacionais:
•111 sem profissional para operação
•85 quebrados (sem conserto)
•27 ainda embalados
•44% estão na região Sudeste/Sul do país.

Alagoas

População: 3.114
Número de mamógrafos: 30
Mamógrafos em uso: 27
% sem uso: 10

Fonte: Ascom/ Sociedade Brasileira de Mastologia

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