Sessão na ALE debate realidade do semiárido

Em comemoração ao Dia Nacional da Caatinga, anualmente celebrado no dia 28 de abril, a Assembleia Legislativa de Alagoas realizou nesta sexta-feira, 27, uma sessão especial para debater a realidade do semiárido alagoano. Durante a sessão, houve uma homenagem ao agricultor Alberto Nepumoceno Agra, 88 anos, que teve a iniciativa de criar a primeira área de preservação do bioma caatinga, a reserva Tocaia, localizada no município de Santana do Ipanema. A homenagem ao agricultor coube ao deputado Inácio Loiola (PSDB), que o agraciou com uma placa pelos relevantes serviços prestados ao Estado. A sessão foi de iniciativa do deputado Judson Cabral (PT) e presidida pelo chefe do Legislativo alagoano, deputado Fernando Toledo (PSDB).

Profundo conhecedor da história do Sertão alagoano, o deputado Inácio Loiola destacou a importância do debate e observou que o Dia da Caatinga é comemorado mundialmente, embora o bioma exista apenas no Nordeste brasileiro. “Exatamente na zona de transição entre as florestas semiúmidas e úmidas, e estende-se do Norte de Minas Gerais ao sul do Piauí, correspondendo a 12% do território nacional”, informou o parlamentar, acrescentando que a população que habita essa área é de aproximadamente 30 milhões de pessoas. Ainda de acordo com ele, a preservação da caatinga, que é de fundamental importância para o Nordeste, já está com mais de 90% de sua floresta devastada.

A sessão contou ainda com a presença do mestre em Utilização e Conservação dos Recursos Naturais, o geógrafo Everton Vieira, que trouxe sua experiência realizada em Santa Catarina, com tema do pagamento por serviços ambientais, uma espécie de bolsa verde. “Isso é uma estratégia, um instrumento de apoio a gestões ambientais. A ideia é que tenhamos um instrumento que valorize a permanência do homem no campo”, informou o geógrafo

Coube ao superintendente do Meio Ambiente da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Anivaldo Miranda, a leitura da Carta da Caatinga, que será apresentada durante seminário que ocorrerá nos dias 17 e 18 de junho, em Fortaleza/CE. O material servirá de subsídio para o encontro mundial de preservação ambiental, que será realizado daqui a 60 dias, no Rio de Janeiro, durante a Conferência Rio +20. A Carta da Caatinga é um documento que sinaliza compromissos da iniciativa privada, da sociedade civil e do poder publico com a preservação, recuperação e a proteção do Bioma Caatinga.

Muito emocionado, Alberto Nepomucena iniciou seu agradecimento falando sobre a reserva Tocaia, terras onde nasceu e cresceu, destacando, principalmente, a ação do IMA e da ONG Macambira, que atuaram no sentido de transformar a reserva em patrimônio natural para a conservação do Bioma da Caatinga.

“Seria injusto se nós não fizéssemos esse reconhecimento ao senhor Alberto, especialmente nessa data, que se tornará memorável aqui na Assembleia. Além disso, com essa sessão, o Parlamento alagoano manifesta sua preocupação com a maior área de território de Alagoas, que é o semiárido, abrangendo cerca de 53 municípios”, observou o petista Judson Cabral, que durante a sessão leu a minuta de projeto de lei de sua autoria, que institui a política estadual de combate à desertificação no Estado de Alagoas.

“Não poderíamos falar em Sertão, em caatinga, sem falar no sertanejo Alberto Agra, caatingueiro de Santana do Ipanema que tem a primeira propriedade de reserva particular de patrimônio nacional homologado pelo governo estadual, com uma área de 21,7 ha de caatinga, que apresenta aspectos de preservação importantes”, disse o deputado Inácio Loiola.

Participaram da sessão especial o deputado Isnaldo Bulhões (PDT), o diretor do IMA, Adriano Augusto Jorge, entre outras autoridades.

Fonte: ALE

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