Movimentos sociais apresentam reivindicações a presidente do Incra

Alagoas24horasPresidente nacional do Incra, Carlos Guedes

Presidente nacional do Incra, Carlos Guedes

Os movimentos sociais de Alagoas montaram acampamento no centro de Maceió em protesto contra a política – considerada por eles – como engessamento da Reforma Agrária por parte do Governo Federal.

A mobilização que ocorreu na manhã desta quarta-feira (31) se deu durante o seminário do Plano Brasil Sem Miséria, que ocorre em Maceió desde ontem, com a presença de todos os superintendentes do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do nordeste com o presidente do órgão, Carlos Guedes.

Os quatro maiores movimentos sociais do Estado – Movimento de Libertação dos Sem Terras (MLST), Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) – além de montarem acampamento, distribuíram uma carta aberta à população e destacaram que não conversam com o governo federal.

Para Josival Oliveira, coordenador nacional do MLST, o Incra deixou de cumprir a política de Reforma Agrária para praticar ações dentro de pogramas assistencialistas. “A reforma agrária jamais deve ser um programa, mas uma política de governo. Porque se for programa não haverá empenho na resolução dos conflitos”, especificou.

Oliveira se refere a ampliação do Programa Brasil Sem Miséria que agora passará a atender a questão agrária. Segundo Carlos Guedes – em entrevista ao Alagoas24horas – a cobertura do programa sempre foi uma cobrança dos movimentos sociais.

“Desde dezembro do ano passado que eles (os movimentos) cobram a ampliação do programa e a sua cobertura para o campo e agora não entendemos o real motivo desta não aceitação”, indagou Guedes.

Ele também destacou que com a implantação do Brasil Sem Miséria outros programas, a exemplo do Minha Casa Minha Vida, também contemplarão os assentamentos. Ainda de acordo com Guedes, não basta apenas proporcionar terras para os acampados, mas assisti-los dentro dos programas do governo federal.

O presidente justifica o não entendimento entre os movimentos sociais e o órgão responsável pela reforma agrária, o Incra, como “forma diversificada de se fazer política. Nós fazemos a política agrária dentro da legalidade, da lei, enquanto eles fazem outro tipo de política e que no final a justiça concede liminar para os seus proprietários”.

Enquanto isso, os impactos da falta de reforma agrária e interiorização da violência é sentida nos assentamentos e acampamentos, conforme destacou Zé Roberto, dirigente nacional do MST. Para ele, as famílias estão deixando os acampamentos e partindo para a cidade. “Gerando assim o que chamamos de êxodo rural, quando não, a violência está forte no interior refletindo nos camponeses”, explicou.

Situação agrária em Alagoas

Guedes destacou ainda que em visita ao Comitê de Conflito Agrário, no dia de ontem, anunciou que serão adquiridas sete áreas de forma imediata para tentar amenizar o conflito agrário no Estado. Segundo ele, o dinheiro das áreas já está em conta faltando apenas emitir e empossar os assentamentos.

“Estamos tentando negociar e minimizar os conflitos agrários, por isso que escolhemos Maceió para sediar este encontro”, relatou. “Para isso iremos ouvir os movimentos na parte da tarde, para que possamos dialogar e resolver”.

“Não iremos para a reunião, entregamos uma carta aberta a ele explicando os motivos e agora iremos entregar a população”, destacou Carlos Lima, coordenador da CPT, ressaltando ainda que “o movimento não senta com o governo federal”.

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