Consolidando seu objetivo de ampliar o acesso à arte para comunidade alagoana, a nova Galeria Cesmac de Arte Fernando Lopes abre suas portas para visitas de crianças e jovens de escolas públicas e privadas ou vinculadas à instituições de apoio à infância no Estado. Na próxima segunda-feira, dia 19, às 9h30, cerca de 30 alunos do Lar São Domingos, com idade entre 5 e 7 anos, visitarão o recém inaugurado espaço cultural com o objetivo de conhecer os trabalhos dos principais artistas de Alagoas. A exibição das obras será feita com o acompanhamento de monitores do Cesmac e atividades lúdicas e educativas estão previstas para as crianças depois apresentação das obras.
Além das crianças do Lar São Domingos, outras visitas estão sendo programadas na Galeria Cesmac. No último dia 12, cerca de 20 estudantes matriculados na Escola Estadual Edmilson Pontes também apreciaram o acervo atualmente em exibição e, no dia 5 de maio, alunos da Escola Criar e Recriar também visitarão o espaço cultural.
A Galeria Cesmac de Arte Fernando Lopes foi inaugurada no dia 17 de março e desde então mantém em cartaz a mostra coletiva chamada “Alagoas: Raízes Imaginárias” que exibe a evolução da arte desenvolvida no Estado através dos trabalhos de trinta artistas alagoanos, ou radicados em Alagoas, de diversos estilos e gerações. A curadoria da exposição inaugural é assinada por Caroline Gusmão e Francisco Oiticica, ambos professores e pesquisadores de arte. O acervo exibido faz parte de coleções públicas e privadas.
“Criamos uma exibição bem didática e eclética que apresenta as mais diferentes correntes artísticas existentes em Alagoas desde as primeiras décadas do século XX até os dias atuais. Na entrada da galeria, o público se depara com parte do acervo de arte popular da Galeria Karandash e, mais adiante, confere os trabalhos de artistas jovens e veteranos ao longo das décadas”, afirma Caroline Gusmão.
“Como representantes do início do século XX temos obras de autores como José Paulino, Lourenço Peixoto, Pierre Chalita, Rosalvo Ribeiro e Virgílio Maurício – que foram referência para os artistas das gerações seguintes”, diz Oiticica. “Das décadas de 60 e 70, reunimos trabalhos do homenageado Fernando Lopes, mas também de nomes consagrados como Fernando Bismarck, Gaspar Luiz, Beto Leão e Alex Barbosa”, cita.
De acordo com os curadores, é no espaço dedicado à produção dos anos 80 que o público perceberá uma mudança de curso na estética alagoana. “Foi nessa década, com certo atraso, que se deu a ruptura entre a arte figurativa e a abstrata aqui em Alagoas. E, entre os artistas de maior expressão dessa época, estão: Otávio Fiuza, Analu Cunha, Rosivaldo Reis, Dalton Costa, Maria Amélia Vieira, Lula Nogueira, Delson Uchôa e Solange Chalita”, explica Caroline, mencionando que a seleção de artistas dos anos 90 traz nomes como Suel, Renata Voss e Fernando Honaiser.
Homenagem – Foi com objetivo de presentear a comunidade alagoana, ainda carente de espaços dedicados à produção artística e cultural, que o Cesmac decidiu investir na criação de uma nova galeria de arte. Nela, serão exibidos trabalhos que visam ampliar a percepção crítica do público sobre as diversas linguagens artísticas. “É pretensão do Cesmac fazer dessa Galeria um espaço atuante e vivo, aberto a uma relação autor/público/meios expressivos que inquiete, amplie e refine o olhar e a aprendizagem de todos.Trata-se de um presente nosso para a sociedade alagoana, que recebeu com carinho nossa instituição. Esperamos que todos se sintam em casa nesse espaço de tantas cores, formas e sensibilidades, sobretudo o público jovem”, afirma o professor Douglas Apratto Tenório, vice-diretor geral do Cesmac.
Na visão de Apratto, o espaço vida contribuir também para ampla formação humanista dos alunos da instituição "O sentido prospectivo, de visão crítica do futuro, abriga-se tanto no espaço do saber científico, quanto no da atividade artística. Mas, é na arte que se percebe mais agudamente o mundo em transformação”, argumenta.
Segundo o vice-diretor geral do Cesmac, a homenagem ao artista plástico Fernando Lopes, que denomina a galeria, se deve a inúmeras razões. “Ele produziu uma obra que saiu de sua província natal – São Miguel dos Campos- e dialogou com novas técnicas, meios e conteúdos expressivos, sendo reconhecida por público e crítica especializada. Figura humana gentil e introvertida, Lopes fez com que sua obra corresse por ele o Nordeste e o Brasil, renovando-se em temas e linguagens”, diz.
SERVIÇO
“Alagoas: Raízes Imaginárias”
Local: Rua Cônego Machado, Farol, s/n
Em cartaz: até 17 de maio de 2010
Horário: de segunda a sexta, das 10h às 19h
