Obesidade infantil atingirá 60 milhões de crianças em 2020

A evolução tecnológica dos últimos anos fez com que crianças e adolescentes substituíssem, muitas vezes, atividades que demandam maior gasto energético por brincadeiras automatizadas. É comum ver os menores passando horas e horas na frente da TV ou do computador, brincando com jogos eletrônicos ou navegando na internet. A situação se agrava quando essas atividades são acompanhadas do consumo de petiscos nada saudáveis, como salgadinhos, batas recheadas, biscoitos e doces. Com o tempo, o desenvolvimento desses hábitos pode levar a criança à obesidade infantil, quase sempre causado pelo sedentarismo.

Uma pesquisa publicada na revista “The American Journal of Clinical Nutrition” quantificou a prevalência em todo o mundo e as tendências de sobrepeso e obesidade entre crianças pré-escolares em função dos novos padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em 2010, 43 milhões de crianças (35 milhões nos países em desenvolvimento) estavam em sobrepeso e obesos, 92 milhões estavam em risco de sobrepeso. A prevalência mundial de sobrepeso e obesidade infantil aumentou de 4,2% (IC 95% 3,2% a 5,2%) em 1990 para 6,7% (IC 95% 5,6% a 7,7%) em 2010. Esta tendência deve chegar a 9,1% (IC 95% 7,3% a 10,9%), ou 60 milhões, em 2020.

A prevalência estimada de sobrepeso e obesidade infantil na África em 2010 foi de 8,5% (IC 95% 7,4% a 9,5%) e deve chegar a 12,7% (IC 95% 10,6% a 14,8%) em 2020. A prevalência é mais baixa na Ásia do que na África (4,9% em 2010), mas o número de crianças afetadas (18 milhões) é maior nos países asiáticos.

O sedentarismo é definido como a falta ou a diminuição da atividade física, associado à ausência da prática de esportes ou a qualquer outra atividade do cotidiano do indivíduo. É considerado sedentário aquele que gasta poucas calorias por semana com atividades ocupacionais. Para deixar de fazer parte desse grupo, o indivíduo precisa gastar, no mínimo, 2.200 calorias por semana em atividades físicas.

A vida sedentária provoca o desuso dos sistemas funcionais, ocasionando atrofia das fibras musculares, perda da flexibilidade articular e o comprometimento funcional de vários órgãos. Além disso, o sedentarismo pode levar a doenças como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, ansiedade, aumento do colesterol, infarto do miocárdio, além de ser considerado o principal fator de risco para a morte súbita.

Por sua vez, a obesidade pode ainda causar problemas psicológicos como frustrações, infelicidade, além de uma gama enorme de doenças lesivas. A genética também é um fator para a obesidade, pois evidencia que existe uma tendência familiar muito forte para o distúrbio, na qual filhos de pais obesos têm 80% a 90% de probabilidade de serem obesos. A obesidade infantil está associada a graves problemas de saúde e ao risco de doenças e morte prematura na vida adulta.

Prevenção

Além de uma reeducação alimentar, a criança deve começar a praticar alguma atividade física no dia-a-dia. É comprovado que uma criança fisicamente ativa tem grandes chances de se tornar um adulto ativo. Promover a prática regular de exercícios físicos na infância e na adolescência significa estabelecer uma base sólida para a redução do sedentarismo na idade adulta, contribuindo desta forma para uma melhor qualidade de vida. É importante lembrarmos que a prática regular de exercícios físicos não implica necessariamente no envolvimento em atividades de caráter competitivo, é necessário conscientizar as crianças e adolescentes que uma simples caminhada já pode trazer benefícios a saúde.

A educação física escolar tem importante papel nesta missão, pois boa parte do dia de uma criança é passada na escola. Cabe aos pais a responsabilidade de dar o exemplo e criar oportunidades para que seus filhos possam ter uma prática regular de exercícios físicos extracurriculares, como a pratica de esportes: por exemplo, judô, futebol, ballet, entre outros, que além de evitar o sedentarismo e a obesidade, podem trazer outros benefícios para as crianças, como sociabilização, apresentações, competições, medalhas, entre outros.

Não custa lembrar que exercício físico e a alimentação são coisas sérias e, por isso, a orientação de um professor de educação física e um nutricionista é essencial!

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