Endividamento dos consumidores de Maceió é de 85% em maio

A pesquisa sobre o Perfil de Endividamento do Consumidor de Maceió, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL) em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), aponta que 85,3% dos consumidores têm algum tipo de dívida, em maio de 2011. Ou seja, um aumento no endividamento de 2,6 pontos percentuais em relação a novembro de 2010, último mês em que a pesquisa foi realizada quando o nível alcançou 82,7%.

O consultor econômico da Fecomércio/AL e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Fábio Guedes, explica que apesar da elevação, o ritmo de crescimento tem diminuído, já que na última pesquisa realizada foi identificado um crescimento de 11 pontos percentuais em novembro de 2010 com relação a outubro do mesmo ano.

Entretanto, os consumidores da capital alagoana apresentam um nível de endividamento maior que o verificado no Nordeste, que chegou a 73,2% no mesmo mês avaliado. “Isso ainda é causado pela expansão do crédito no Brasil e pelo apelo para que os consumidores continuem comprando em razão do ótimo clima de confiança em relação à economia nordestina”, avalia Fábio Guedes.

Conforme a pesquisa, o nível de consumidores com dívidas atrasadas também tem aumentado e 52,1% dos consumidores têm algum tipo de dívida vencida, índice superior ao registrado para o Nordeste, 35,6%. “Isso influencia diretamente sobre a taxa de inadimplência, pois os consumidores ao acumularem dívidas sem quitá-las por mais de 90 dias, compromete a base de confiança estabelecida nas relações de mercado”, observa o consultor.

A taxa de inadimplência para o consumidor maceioense alcançou, em maio, 6,5%, 1 ponto percentual a mais que a registrada para o Nordeste, 5,5%. Segundo Fábio, provavelmente, as últimas medidas tomadas pelo Banco Central – de elevar a taxa de juros básica da economia – serão sentidas nos próximos meses, reduzindo o nível de demanda agregada, principalmente, o consumo das famílias. “Com esse movimento, certamente os índices de endividamento e taxas de inadimplência tornarão a cair”, comentou.

GASTOS – O perfil do endividamento dos consumidores apontado pela pesquisa reforça a tendência verificada para esse primeiro semestre no qual se concentra datas comemorativas importantes como o Carnaval, a Páscoa e o Dia das Mães, bem como se concentram gastos com educação e troca de veículos. A maior parcela das dívidas contraídas foi vestuário (27,4%), veículos (20,9%), alimentação (20,8%), educação (16,6%) e eletrodomésticos (15,2%).

A pesquisa ressalta que o cartão de crédito continua sendo o maior instrumento de contração de dívidas (64,6%). Em seguida, financiamentos de veículos (17,6%), empréstimo pessoal (12,3%) e carnês de lojas (7,5). Conforme Fábio, o uso do cartão de crédito tem crescido em todo o Nordeste em razão das maiores facilidades de acesso a rede bancária e a disponibilidade das operadoras de cartão em atingir as classes sociais de renda mais baixa.

A falta de controle financeiro ainda é a maior causa do aumento do nível de endividamento (39,6%), mas também tem caído ao longo dos meses e tem crescido os gastos não-planejados (28%), por motivos de doença, separação conjugal, entre outros.

O economista observou que a falta de controle financeiro está relacionada a aspectos como o elevado nível de confiança na situação econômica atual, o que desperta a falta de atenção para orçamento familiar, e também a possível ausência de métodos de controle e educação em economia doméstica.

Em relação ao valor das dívidas contraídas pelos maceioenses, 78,5% se situa na faixa entre R$ 500 e R$ 1.500. A maioria dos consumidores tem comprometimento da renda familiar mensal com dívidas entre três meses a um ano (46,9%).

A pesquisa aponta ainda que as mulheres contraíram mais dívidas que os homens, 86,3% contra 81%. As pessoas com idade entre 24 e 34 anos se arriscam mais e 90,3% estão endividados. Por escolaridade, os consumidores com nível de ensino médio são os que apresentam as maiores taxas (88,1%).

A pesquisa completa, inclusive com tabelas e gráficos, está na página da Fecomércio [www.fecomercio-al.com.br] no hotsite do IFEPD (Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento).

Fonte: Fabiana Silva/Fecomércio

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