Espantado com crimes, promotor sugere intervenção federal em Traipu

'Esperamos que o prefeito seja condenado por todo o mal que fez ao município. Nunca vi fraude do tamanho que encontrei em Traipu. Tem crime para todo gosto', afirmou promotor.

Em um desdobramento da operação Tabanga, deflagrada em setembro passado em Traipu, nesta sexta-feira, 21, homens da Força Nacional e do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gecoc) cumpriram novos mandados de busca e apreensão no município. Segundo o promotor Luiz Tenório, há indícios da participação do prefeito foragido Marcos Santos e de integrantes de sua equipe em novas – e graves – irregularidades.

Em entrevista a Rádio Gazeta AM, o promotor Luiz Tenório disse que, durante o dia de hoje, foram apreendidos computadores e documentos em residências de ex-secretários e na sede da Prefeitura Municipal. O material será analisado pelo Ministério Público, que deve ingressar com novas ações contra Marcos Santos.

Tenório mostrou indignação com o rol de crimes praticados na gestão de Santos e disse que os documentos apreendidos apontam para fraudes diversas na folha de pagamento do município, em programas sociais criados pelo prefeito e em doações de recursos dos cofres públicos que ocorriam sem critérios, “ao bel prazer do gestor público” e com o objetivo de facilitar os desvios.

“Esperamos que o prefeito seja condenado por todo o mal que fez ao município. Nunca vi fraude do tamanho que encontrei em Traipu. Tem crime para todo gosto: contra a ordem tributária, peculato, improbidade administrativa e, como as denúncias chegam até nós também contra a Câmara de Vereadores e a vice-prefeita, não vejo outra saída para Traipu, a não ser intervenção federal”, desabafou Tenório.

O promotor explicou que, além do desvio de R$ 8 milhões em recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em outro esquema, apenas quatro empresas, através de 17 contratos, patrocinaram um rombo de mais de R$ 4 milhões nos cofres públicos.

Ao final da entrevista, o promotor comparou os crimes praticados em Traipu a um genocídio: “Um gestor que pratica crimes dessa natureza deveria ser afastado e só voltar quando provar a inocência. Trata-se do crime mais grave da humanidade, mais grave que um homicídio, porque você pratica um genocídio, matando o povo de fome e sem atendimento médico”.

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