Novos agentes penitenciários podem ser presos nesta semana

Danielle Silva/Alagoas24HorasAgentes mostram fotografias do frigobar lacrado

Agentes mostram fotografias do frigobar lacrado

O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas está preocupado com o rumo das investigações acerca da participação de agentes na morte de presos do sistema prisional. Não bastassem as nove prisões decretadas, há informações de que até sexta-feira outros 14 agentes serão presos acusados pelos crimes.

Nesta segunda-feira, 16, o Sindicato concedeu entrevista coletiva na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para esclarecer algumas questões referentes ao envolvimento dos agentes públicos e anunciar que os advogados do Sindicato estão ingressando com pedido de relaxamento das prisões.

“O Sindicato foi o primeiro a dizer que as mortes deveriam ser investigadas e que não se tratava de suicídio. Denunciamos porque estamos interessados em descobrir os culpados. O Ministério Público, por outro lado, está preocupado em encontrar culpados imediatamente para dar uma resposta à sociedade e está responsabilizando os agentes. O Gecoc está fazendo o papel que constitucionalmente não é dele, fazendo o papel de Polícia”, disse Jarbas de Souza, presidente do Sindicato.

Para os sindicalistas a maior preocupação da categoria é que as prisões aconteçam com base em depoimentos de presos e familiares, que são inegavelmente contrários às ações e atividades comuns aos agentes. “Todo mundo que foi interpelado vai se voltar contra os agentes, simplesmente porque executamos nosso trabalho, coibimos a entrada de armas e drogas e outras regalias que eles querem manter no presídio. Os companheiros chegaram a sugerir cruzar os braços. No sentido de fazer vista grossa para tudo o que acontece lá dentro e deixar entrar tudo menos armas. Se formos de encontro aos interesses dos presos seremos presos”, alfinetou Marcelo Avelino, diretor sindical.

"As mortes acontecem por vários motivos e todo mundo sabe. As dívidas de drogas são os principais motivos. Como os agentes coibem a entrada, a droga que consegue chegar lá tem valor inflacionário. O tráfico dentro dos presídios foi denunciado diversas vezes pelo Sindicato, tal como a entrada de frigobar e outras regalias – que entram por ordens superiores – e o Gecoc nunca investigou. Também não houve força tarefa para punir os casos de agentes mortos", indagou Avelino.

Um dos advogados do Sindicato, Raimundo Palmeira, disse que a preocupação da defesa é que haja pré-julgamentos. “Aqui em Alagoas está se seguindo uma moda vista em todo o país: prende primeiro para depois investigar. Se for provado posteriormente que é inocente, ele já terá sido julgado. Preocupa-nos que os agentes não tenham sido ouvidos e que o MP esteja se baseando nos testemunhos de presos”, argumentou Palmeira.

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos