Trabalhadores protestam contra medidas de gestores públicos diante da crise

Estêvão dos Anjos/Alagoas24horasIntegrantes da CUT afirmaram que irão questionar legalidade da 'greve' dos prefeitos

Integrantes da CUT afirmaram que irão questionar legalidade da ‘greve’ dos prefeitos

Diversos servidores, representantes de sindicatos e membros da Central Única de Trabalhadores (CUT) protestam – na manhã desta segunda-feira, dia 30 – contra as medidas anunciadas pelos gestores públicos de Alagoas diante da crise mundial. Os trabalhadores reclamam da possível paralisação das prefeituras no dia 2 de abril e criticam o discurso adotado pelo governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), que chegou a afirmar que até o 13° salário dos servidores estaduais corre risco.

De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Isac Jackson, os prefeitos alagoanos – em sua grande maioria – e o governador do Estado estão tratando de forma equivocada as medidas para superar a crise financeira mundial. Isac Jackson classificou como “irresponsável” o anúncio de paralisação das prefeituras e cobra da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) que discuta a situação das prefeituras com a sociedade.

Caso haja paralisação, o presidente da CUT ameaçou entrar com um pedido na Justiça para que se decrete a ilegalidade da “greve dos prefeitos”, responsabilizando-os pelo dia parado. “Que corte o ponto dos prefeitos”, colocou. Ironicamente, pela primeira vez – diante da crise mundial – servidores públicos protestam contra uma possível greve dos chefes do Executivo. Geralmente, a queda-de-braço se faz de forma inversa.

Porém, a situação chegou a este ponto – conforme Jackson – pelos gestores adotarem um discurso e medidas que causam clima de terrorismo no funcionalismo público, já que há ameaça de congelamento de salários, ausência de reajustes por temo indeterminado, além da possibilidade da inexistência de 13°. “Estas atitudes são irresponsáveis, pois já há no comércio alagoano uma restrição de crédito ao servidor público, pois os empresários temem o calote, consequentemente se paralisa a economia. Eles (os gestores públicos) estão criando mais um problema, ao invés de discutir a crise de forma mais aberta”, frisou Isaac Jackson.

O presidente da CUT salientou ainda que a queda no repasse do Fundo de Participação Municipal (FPM) não justifica o discurso adotado inclusive pelo presidente da AMA, Luciano Barbosa. “Os prefeitos estão sendo covardes, bem como o governador. Não se pode massacrar o servidor como se esta fosse a solução da crise. Queremos deixar claro para os gestores que nós não vamos pagar pela crise, que é de modelo, já que as prefeituras não investiram ao decorrer dos anos. A crise não é nossa responsabilidade”, frisou Isaac Jackson.

De acordo com o presidente da CUT, a queda de arrecadação nas prefeituras municipais são mínimas. “A arrecadação em janeiro subiu em 6%. Em fevereiro houve queda, mas foi de 7%. Ou seja, os prefeitos fazem este barulho por uma perda de arrecadação de 1%, em alguns municípios 2%”, coloca ainda. O deputado estadual Judson Cabral (PT) também se fez presente na manifestação e disse apoiar a postura dos servidores. “A crise existe, não estamos negando isto. Apenas é preciso discutir a forma certa de agir”, colocou.

O parlamentar petista criticou as ações adotadas pelo Governo do Estado. “Não podemos apoiar que se ameacem os servidores com o discurso de ausência de reajuste salarial e com a possibilidade de não pagamento do 13°. O servidor não pode viver sob esse clima de terrorismo, por conta de uma crise econômica que não é culpa dele. Vamos convidar o Estado para uma audiência pública, para que se apresentem números”, colocou Cabral.

Judson Cabral alega ainda que as políticas adotadas a respeito dos salários de servidores públicos efetivos é uma última medida a ser adotada, antes é preciso se discutir o número de comissionados, as despesas que podem vir a ser dispensáveis, dentre outros pontos. “Penalizar o servidor é que não pode”, finalizou o deputado estadual.

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