Cabelo roubado de vendedora deve "desfilar" no carnaval

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Cabelo pode desfilar no carnaval

O roubo do cabelo da vendedora Mirna Marchetti, de 22 anos, em um ônibus no subúrbio do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (16), provocou a desconfiança de especialistas em perucas e cabeleireiros de que o produto roubado deve aparecer nos desfiles de Carnaval. Segundo eles, o cabelo deve aparecer em alguma fantasia de Carnaval.

“A menina (Mirna) não deve aparecer nos desfiles de Carnaval, mas o cabelo dela vai aparecer na avenida, com certeza”, explicou Adalto Meciano, 57 anos, assessor da presidência do Sindicato dos Institutos de Beleza e Cabeleireiros de Senhoras do Estado de São Paulo.

Ele disse que há um aquecimento do mercado de compra e venda de cabelo às vésperas do Carnaval. “Muitas pessoas querem fazer perucas, implantes, fantasias e outros adereços para desfilar no Carnaval. Acho muito provável que isso tenha acontecido com a cabelo da menina (Mirna) carioca”, disse Meciano.

Um tradicional fabricante de perucas de São Paulo, que prefere não ter seu nome divulgado, acredita que o mercado não paga valores astronômicos por uma mecha de cabelo. “É uma ilusão acreditar que se paga fortunas por uma mecha de cabelo. Usamos até três mechas para fazer uma peruca. Se eu pagar esses valores, uma peruca de cabelo natural não sairia por menos de R$ 10 mil. Quem pagaria isso por uma peruca?”, explicou o peruqueiro, que atua no ramo há 46 anos.

O peruqueiro condena os leilões em que se oferecem altas quantias por uma mecha de cabelo e afirma que não costuma pagar mais do que R$ 100 por cada. “Não participo disso e nunca participei em todos os anos de trabalho nessa área. Nunca comprei cabelo já cortado, só compro cabelo que esteja na cabeça e devidamente documentado, ou seja, pego CPF, nome e endereço do dono”.

Meciano disse que os leilões de cabelo eram mais comuns na época em que se importava lotes de cabelos da Índia. “Depois que a China começou a fabricar fios de cabelos com uma perfeição enorme, o preço dos cabelos indianos, que têm boa qualidade, caiu muito. De qualquer forma, mesmo nos dias atuais, nunca soube de pagamento superior a R$ 300 por uma mecha.”

Ele lembrou apenas do caso de uma mulher, que fazia quimioterapia e comprou uma mecha de cabelo por R$ 800. “Isso foi há mais de oito anos. A mulher queria o cabelo de uma garota, que ela tinha visto na periferia de São Paulo. Conversou com os pais da garota, que aceitaram e foram levados a um cabeleireiro para fazer o corte”, contou Meciano.

Fonte: G1

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