Lessa diz que denúncias foram fundamentadas em laudos técnicos
O depoimento do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), que aconteceu nesta quinta-feira, no Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL), ao corregedor-regional eleitoral Leonardo Resende Martins, não fortaleceu o discurso sobre a possibilidade de fraude nas eleições de outubro.
Acompanhado do advogado Germano Regueira, o ex-governador confirmou o que falou na TV Maceió (canal por assinatura) e no O Jornal, mas disse que suas afirmações sobre a fraude eleitoral foram embasadas nos laudos técnicos do técnico Clóvis Fernandes, do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA) e do perito contratado pelo PDT.
Nas entrevistas Ronaldo Lessa afirmou que um dos relatórios apontava que 28,5% das urnas eleitorais de Alagoas estavam sem zerésima. Ou seja, sem o relatório que atesta, antes de qualquer eleição, que elas estão limpas, sem nenhum voto registrado.
“Ele é um técnico respeitado e faz parte de um instituto de credibilidade. Se seu laudo aponta para fraude, quem sou eu para duvidar. O perito especialista disse que sim e eu acredito nele”, argumentou Lessa.
Mas o ex-governador foi questionado pelo corregedor eleitoral, com relação ao percentual e que o laudo administrativo do perito do ITA apontou que 1,7% das urnas (cerca de 87 do total) não possuíam zerésima.
O ex-governador sustentou que realmente declarou, mas sem acusar ninguém, e com base em informações repassadas pelo especialista Amílcar Brunazo, contratado pelo PDT, de que não houve emissão de zerésima em 28,5% das urnas utilizadas no pleito eleitoral do ano passado no Estado.
“Essa história precisa ser mais aprofundada. Quando um perito afirma que há indícios de manipulação seria justo que a fiscalização fosse a diante. Eu perdi uma eleição que imaginava vencer. Se um especialista diz que pode ter havido fraude eu quero ter a certeza, por isso afirmei”, disse Lessa.
Mas Lessa não soube precisar se os fiscais do PDT ou da sua coligação fizeram alguma impugnação devido à falta da zerésima e nem procurou verificar em documentos que ficam arquivados nos cartórios eleitorais elementos necessários à comprovação dessas mesmas denúncias.
Ainda durante a audiência, o corregedor Leonardo Resende colocou à disposição de Lessa cópias das zerésimas das 87 urnas, ou 1,7% do total das que foram usadas em 2006 no Estado, e que, segundo laudo do técnico Clóvis Fernandes, do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA) não teriam sido emitidas.
Também participaram da oitiva o procurador-regional eleitoral, Marcelo Toledo o advogado Marcelo Brabo, que representou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL).
Crédito: Ricardo Lêdo/Gazeta de Alagoas
Crédito: Ricardo Lêdo/Gazeta de Alagoas
