Familiares de camelô assassinado cobram Justiça

Familiares do camelô José Sandro Gomes realizaram um tímido protesto – na manhã de hoje – para cobrar da Polícia Civil os resultados do inquérito que apuram a morte do líder dos ambulantes. Sandro Gomes foi morto dias depois dos camelôs – liderados por ele – serem instalados nas proximidades da Praça Palmares, no Centro de Maceió.

Gomes assumiu o movimento após romper com a Associação dos Camelôs de Maceió, presidida na época por Laércio Lira. No dia 1° de junho, José Sandro Gomes foi assassinado com um tiro na nunca enquanto trabalhava. Lira chegou a ser apontado como suspeito, mas foi descartado durante as investigações, presididas pelo delegado Ivanildo Brito.

O delegado – na época – chegou a falar em três linhas de investigações, que sempre foram mantidas em sigilo. A sobrinha de José Sandro, Valdenês da Silva, reclama justamente deste silêncio. Ela e mais alguns poucos parentes de José Sandro fizeram uma passeata pelo Centro de Maceió cobrando atitudes da Secretaria de Defesa Social.

“Precisamos saber como andam as coisas. Não sabemos de nada. Não quero que este seja mais um crime impune em Alagoas”, colocou. Os demais camelôs – apesar da pequena movimentação dos familiares – trabalharam normalmente. Os parentes, além da cobrança de Justiça, brigavam por melhores condições de trabalho para os comerciantes que ficaram do lado de fora do Shopping Popular.

“A morte do Sandro teve conseqüências drásticas para os camelôs. Quase ninguém vem comprar aqui na região, porque tem medo. Sofremos porque as pessoas pensam que aqui não é um local seguro. Há dias em que não vendo nada”, destacou Valdenês.

Os familiares foram também para a porta da Prefeitura Municipal cobrar segurança e divulgação do Shopping Popular e dos camelôs que ficaram próximos a Praça Palmares.

“A Prefeitura Municipal nos prometeu divulgação do local, mas parece que esqueceu do assunto”, declara Valdenês da Silva. Os outros camelôs não participaram do protesto porque optaram por continuar trabalhando.

No entanto – conforme a sobrinha do líder dos camelôs – existe "um movimento unido e solidário" cobrando esclarecimentos em relação ao assassinato de José Sandro Gomes. “Estamos nos mobilizando e caso não se resolva, nós vamos parar o Centro de Maceió, no próximo dia 1°”.

Até o presente momento, o delegado Ivanildo Brito ouviu diversas pessoas, inclusive Laércio Lira, com quem Gomes havia discutido dias antes de morrer, mas nenhum suspeito foi apontado. O Alagoas 24 Horas tentou entrar em contato com o delegado para saber o porquê das investigações estarem em sigilo, mas não obteve êxito.

Amanhã, será realizada uma reunião entre os camelôs e representantes da Secretaria de Justiça e Defesa Social, para que os camelôs expressem suas reivindicações e saibam como andam as investigações.

Atualizado às 14h40

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