Direção do MSLT volta a se reunir com Incra na próxima segunda

As atividades na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) voltam aos poucos à normalidade após dois dias de ocupação por trabalhadores sem-terra. Hoje (09/11/2006) pela manhã, funcionários do órgão faziam a limpeza do prédio-sede, na Praça Sinimbu, enquanto alguns técnicos retornavam ao trabalho.

Os militantes ligados ao Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) resolveram deixar o prédio e a praça após reunião com o superintendente realizada na tarde de ontem, no edifício Walmap. Ao anunciar que participaria, amanhã, de reunião em Brasília para discutir sobre a desapropriação do complexo Agrisa-Peixe e depois de debater dezessete itens da pauta do movimento, Gilberto Coutinho conseguiu que as lideranças assegurassem a desocupação.

Uma nova reunião com a coordenação do movimento está marcada para a próxima segunda-feira, às 15 horas, na sede do órgão. As lideranças vão querer saber o resultado da reunião de Brasília. Dos pontos apresentados na pauta, o mais importante para o MLST, segundo suas lideranças, é a conclusão do processo de desapropriação de cerca de 20 mil hectares de terras pertencentes ao grupo Nivaldo Jatobá. O Incra pode assentar mais de 1.500 famílias na região.

A reunião de amanhã, em Brasília, tem como objetivo apresentar a decisão da direção nacional do Incra sobre o processo.
De acordo com o superintendente do órgão em Alagoas, Gilberto Coutinho, há uma expectativa positiva sobre o encontro.

Segundo Coutinho, a superintendência de Alagoas já fez sua parte no processo. “Os valores das benfeitorias já foram empenhados e os títulos da dívida agrária já autorizados pelo Tesouro Nacional relativos a 10,4 mil hectares de um primeiro bloco de imóveis a serem desapropriados de Agrisa. Restam entraves burocráticos a serem superados”, explicou. Brasília também analisa os outros blocos de imóveis que completam o total da área a ser desapropriada.

Na reunião com o movimento, o Incra também foi cobrado por mais agilidade na liberação de créditos e de recursos para assistência técnica a diversos assentamentos vinculados ao MLST. Representantes do movimento também denunciaram que algumas obras conveniadas com prefeituras do litoral Norte não estão sendo executadas corretamente.

O superintendente do Incra explicou que o órgão já está realizando uma sindicância para investigar. Gilberto Coutinho também informou que o Incra não voltará a fazer convênios com prefeituras para execução de obras. “Vamos fazer licitação direta para a realização de todas as novas obras nos assentamentos”.

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