OAB diz que em Alagoas há aplicação de pena de morte

Sionelly Leite/Alagoas24horasPresidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, Gilberto Irineu

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, Gilberto Irineu

Em dados apresentados na manhã desta quarta-feira, dia 14, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, contestou a estatística de homicídios apresentados pela direção-geral da Polícia Civil de Alagoas, que indicaram uma redução no número de homicídios no Estado. Segundo a OAB, foram registrados 625 homicídios de janeiro a abril deste ano.

Os dados apontam que desses 625 homicídios, 356 aconteceram na capital e 269 no interior. Quanto à forma como aconteceram, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Gilberto Irineu, mostra que 538 foram por arma de fogo; 47 por arma branca; dez por instrumentos contundentes; 23 por pedrada, paulada ou linchamento; e sete estrangulamentos.

Outro ponto destacado pela OAB é com relação às vítimas desses homicídios. Segundo o relatório, 212 casos envolvem jovens de até 24 anos. “Reconhecemos que o aparato policial tem se esforçado para coibir a violência, mas ainda não conseguiu reduzir os índices de criminalidade no Estado”, explica Irineu.

Os números do relatório da OAB/AL foram baseados em dados publicados pela imprensa de Alagoas. O material será encaminhado ainda hoje para o Movimento Nacional de Direitos Humanos, onde o Conselho Estadual de Direitos Humanos de Alagoas faz parte como representante do Nordeste.

A Polícia Civil publicou ontem os dados estatísticos relativos ao número de homicídios do mês de abril e apontam que aconteceram 87 homicídios em Alagoas, diminuindo com relação ao mês anterior. Questionada sobre a diferença entre os números da OAB, a diretora do Departamento de Estatística e Informática (Deinfo), delegada Luci Mônica, afirmou que os dados da polícia são baseados em informações fornecidas por diversos órgãos, entre eles IML, delegacias, Unidade de Emergência, Sispol, entre outros, e por isso têm caráter oficial, mas que eles estão próximos dos relatados pela OAB.

Luci Mônica foi enfática ao afirmar que estes dados são analisados diariamente e que o que a Polícia Civil afirmou foi que houve uma redução no número de crimes num comparativo entre os meses de março e abril. A diferença entre os dados da OAB e Polícia Civil é, para a delegada, pequena. A Polícia Civil registrou 619 homicídios no primeiro quadrimestre, seis a menos que a OAB. “Os dados dependem das fontes de pesquisa. Nossos dados são fruto de uma pesquisa criteriosa. Não batem com os da OAB, mas também não há distorções aparentes. O que podemos afirmar é que entre março e abril houve sim uma significativa queda no número de homicídios”, afirmou.

Já Irineu discorda da afirmação e ressalta que “a OAB não pode dizer que houve redução nos crimes, pois a sangria continua. É assustador o número de homicídios em Alagoas. No Brasil, a pena de morte não foi regulamentada, mas em Alagoas ela é aplicada na prática”, reforça Gilberto Irineu.

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