Nível de consumidores endividados em Maceió aumenta em outubro

A pesquisa do Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), avalia como favorável a situação de endividamento do consumidor maceioense este mês, apesar de uma pequena elevação. Em outubro, 82,2% dos consumidores entrevistados possuíam alguma dívida, contra 81,7%, em setembro, e 83,1%, em agosto. De maio até o momento, a média alcançou 83,1%, ou seja, um pouco superior ao resultado registrado em outubro, significando que o nível de endividamento está caindo.

O percentual de consumidores com algum tipo de dívida atrasada declinou em outubro de 38,9% para 33,5%, isto é, mantém a sequência de queda verificada desde maio e somente interrompida em setembro. Em maio, 52% dos consumidores possuíam algum tipo de dívida atrasada, esse percentual caiu para 39,3% e 32,6%, entre junho e agosto, respectivamente. No entanto, voltou a subir em setembro quando alcançou o segundo maior resultado no ano, 38,9%.

A queda no mês de outubro pode estar associada à diminuição do ritmo de compras realizadas como já foi apontado na Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE.

Por outro lado, o índice de inadimplência elevou-se em outubro, de 5,9%, registrado mês passado, para 7,1% dos consumidores consultados pela pesquisa. Esse índice se refere ao percentual de consumidores que apresentam dívidas com mais de 90 dias em atraso. O resultado deve ser observado com cuidado porque foi o maior nível registrado em 2011 para Maceió. O que traz relativa intranquilidade aos setores de comércio e serviços, pois indica que os consumidores estão tendo dificuldades momentâneas em honrar seus compromissos financeiros dentro do tempo considerado normal em termos de prazos de pagamento, ou seja, três meses.

Em relação ao percentual da renda dos consumidores comprometido com dívidas em outubro, houve uma ligeira queda em comparação ao mês anterior. Verificou-se uma queda de 0,6 p.p em relação a setembro. O comprometimento da renda familiar com dívidas alcançou 34,8% contra 35,4%, em setembro. Portanto, dentro da média entre maio-outubro de 34,9%. O recomendável é que as despesas mensais com dívidas não ultrapassem 30% da renda líquida do consumidor com dívidas.

Para o IFEPD, com exceção do nível de inadimplência, os demais dados ainda não são preocupantes, mas alerta que os consumidores devem ficar atentos para que não comprometam mais suas rendas líquidas (quando descontados os impostos e demais deduções) com a captação de dívidas, principalmente, para financiar aquelas despesas que podem ser adiadas.

O ideal é fazer as contas, somar todas as dívidas que estão programadas para vencer nos próximos meses e calcular o quanto essa soma participa no total da renda líquida. O consumidor deverá replanejar os gastos e liquidar as dívidas com encargos financeiros mais elevados para trazer o nível de endividamento para o percentual aceitável.

PRODUTOS E SERVIÇOS – Conforme a pesquisa, os tipos de produtos e serviços mais adquiridos foram vestuário (29%), alimentação (27,9%), compra de veículo (20,6%), educação (16,4%), aluguel residencial (13%), eletroeletrônico (10,9%), tratamento de saúde (9,6%), móveis residenciais (8,3%), reforma residencial (8,2%), compra de imóvel (7,9%) e seguros (7,2%).

Os itens de despesas que mais endividam os consumidores são supermercados (32,1%), vestuário (29,6%), educação (23%), veículos (21,2%), habitação (20,1%) eletroeletrônicos (13,8%), e eletrodomésticos (9,5%) e tratamento de saúde (7%).

Os cartões de créditos continuam liderando o ranking de responsável pelo endividamento do consumidor em outubro com 76,3%. Em setembro, esse percentual foi de 78,8%. O financiamento participa com 22,9% das modalidades de endividamento, seguido dos empréstimos pessoais (6,7%), carnês de loja (4,6%), cheque especial (4%) e cheques pré-datados (3,1%).

O perfil dos prazos de endividamento são curtos e médios, ou seja, 41,8% dos pesquisados tem dívidas com prazo entre três meses e um ano. Já 43,4% mais que um ano e 14,8% menos de três meses. Quase 40% dos consumidores têm dívidas com valores entre R$ 500 e R$ 1.000; 18,9% entre R$ 1.000 e R$ 1.500 e 11,6% até R$ 500. Acima de R$ 1.500 o percentual de endividados alcança 41,5%.

Em relação ao mês de setembro, o consumidor da capital alagoana continua aumentando o prazo das dívidas e o percentual de endividamento acima de R$ 2.000 também vêm aumentando. Isto significa que pode o consumidor avaliar melhor o quadro da economia brasileira e estar assumindo posições mais favoráveis em termos de endividamento, podendo ser um reflexo da situação favorável ao crescimento do crédito no país e do aumento da expectativa de confiança do consumidor em relação à economia brasileira.

A pesquisa completa está disponível no site www.fecomercio-al.com.br/ifepd/

Fonte: Fabiana Silva/Ascom Fecomércio

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